A missão de uma empresa define o seu negócio para dentro dela, ou seja, para seus empregados. Ela é uma espécie de carteira de identidade da organização; um ponto de partida que motiva e dá rumo à empresa, sendo pouco alterada ao longo de sua existência. Já a visão de uma organização é o que se sonha para o negócio, mas um sonho factível de ser alcançado que energiza a empresa e projeta o que a empresa deseja ser. Apesar de inspiradora e energizar a companhia, ela não é simplesmente um slogan, devendo ter prazo para ser alcançada, mas que pode mudar de acordo com os novos desafios do mercado. A visão deve estar alinhada como os valores centrais da organização. O conector entre estes dois pontos (missão, situação atual; e visão, estado futuro) são as estratégias da empresa, conforme mostra a figura desta seção. Mas como desenvolver uma visão de futuro para uma organização?

Uma forma de gerar este importante guia de orientação da movimentação da empresa é seguir o seguinte roteiro:

  1. Definir a ideologia central da visão:Esta não deve ser criada; deve ser descoberta. Ele representa o caráter permanente da organização, sua identidade que vai além dos ciclos de vida de produtos ou de mercado, e das revoluções tecnológicas. Ela surge da observação interna da empresa: Sua cultura, sua forma de agir e suas pretensões no mercado;
  2. Definir os valores da organização:Devem ser definidos com elementos de caráter de perene, resistindo aos modismos e representando as reais crenças da empresa; por exemplo: Ousadia, inovação, harmonia, interdependência, ética, respeito aos stakeholders (partes interessadas ou intervenientes na empresa).
  3. Entender a finalidade básica da empresa:Esta finalidade está contida na definição do negócio, no parágrafo que trata da área de atuação da empresa. É necessário entender a definição estratégica de atuação da empresa, ou seja, quais são os benefícios que trazem seus produtos e qual é sua contribuição para a sociedade;
  4. Estabelecer as metas da visão:Aqui há uma discussão em andamento tanto no ambiente acadêmico quanto no empresarial: Existe um consenso sobre a visão ter um prazo bem definido, mas uma discordância sobre a necessidade de metas numéricas, uma vez que estas já são oferecidas anualmente à empresa junto com os seus objetivos estratégicos;
  5. Divulgar amplamente:A Visão deve ser divulgada para dentro e para fora da empresa. Para dentro porque seus colaboradores precisam entender aonde a empresa necessita chegar em um determinado espaço de tempo; para fora por que seus clientes e o mercado necessitam saber que a organização tem aspirações de futuro para continuar acreditando em suas iniciativas, produtos e serviços.
  6. Verificação se a visão permeou o corpo de empregados da empresa:A diretoria e os gerentes da empresa devem responder as seguintes perguntas para entender o real Quociente de Intenção Estratégica (SIQ em inglês) criado por Warren Bennis (apud ALLEN, 1998):

a) A organização tem um rumo claro?

b) Esse rumo está claro para quantas pessoas da organização?

c) A organização tem um enunciado claro e compreensível de sua visão?

d) Você é capaz de escrevê-lo em uma ou duas frases?

e) Seus funcionários chave compreendem essa visão estratégica?

f) Todos os seus funcionários conseguiriam escrevê-la em uma ou duas frases sem consultá-lo ou uns aos outros?

g) Esse enunciado da visão é para eles um guia eficaz nas decisões que tomam com relação aos negócios da organização?
h) Sua visão estratégica é eficaz para ajudá-lo a fazer escolhas estratégicas?

i) Você já se reuniu com uma equipe gerencial para tentar obter consenso quanto à futura direção de sua organização?

j) Foi obtido consenso ou ainda há diferentes versões para o que a organização está tentando se tornar?

k) Você tem processos separados de pensamento estratégico para determinar o que deseja se tornar e como chegar lá?
l) Escreva em uma ou duas frases seu enunciado da visão estratégica da organização.

“Os grandes navegadores sempre sabem onde fica o norte. Sabem aonde querem ir e o que fazer para chegar a seu destino. Com as grandes empresas acontece a mesma coisa: elas têm visão. É isso que lhes permite administrar a continuidade e a mudança simultaneamente” (COLLINS e PORRAS, 1995).

Instrutor Walter Gassenferth

Consultor associado da LCM Treinamento Empresarial

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