DRUCKER[1], foi um dos primeiros teóricos a afirmar que o trabalho seria cada vez mais baseado no conhecimento, e com base nesta afirmação criou o termo “knowledge worker” (trabalhador do conhecimento). Desde então vários estudiosos, entre eles SVEIBY[2], STEWART[3] e SENGE[4], vem apresentando e propagando a importância do conhecimento para a economia do final do século passado e para este novo século.
Para todos estes estudiosos, o valor das organizações intensivas no uso do conhecimento, deixou de ter uma relação direta com os bens tangíveis (prédios, máquinas, etc.), passando a estar diretamente relacionado com seus ativos intangíveis, os quais estão intimamente ligados ao conhecimento.
Segundo STEWART THOMAS11, um sinônimo para ativos intangíveis seria o capital intelectual, que pode ser definido como “a soma de tudo aquilo que cada um dentro de uma organização conhece”. Em sua obra STEWART classifica o capital intelectual em três dimensões:
- Capital humano;
- Capital estrutural; e
- Capital de clientes.
O capital humano se constituiria a partir dos quadros pertencentes à organização, e do acervo de conhecimento implícito associado a cada pessoa ou às equipes. Como por exemplo, as habilidades individuais e coletivas e a capacidade para analisar, entender e interpretar informações e contextos, a experiência acumulada, percepções e sentimentos adquiridos no desempenho das tarefas do dia a dia, e a habilidade para desenvolver relações internas.
O capital estrutural compreenderia a infraestrutura de tecnologia da informação, os produtos de software, os bancos de dados e todo o resto da capacidade instrumental que suporta o desempenho da organização.
Finalmente, o capital de clientes seria o resultado do relacionamento pessoal desenvolvido entre os funcionários e os principais clientes (e traduzido em conhecimento implícito sobre as necessidades e comportamentos desse mesmo cliente).
Além dos autores anteriormente citados, diversos outros têm abordado o tema “capital intelectual” no decorrer dos últimos anos. A despeito das perspectivas peculiares de cada um, existe um consenso quanto ao capital intelectual: ele compõe um novo e cada vez mais importante ativo das organizações, e sua disponibilidade constitui o principal fator de valorização patrimonial das organizações.
Instrutor José Nazareno Morais
Consultor associado da LCM Treinamento Empresarial Ltda
[1] DRUCKER, Peter. The Coming of the New Organization, Harvard Busines Review, n. 66, pp. 45-53, 1988.
[2] SVEIBY, Karl Erik, A nova riqueza das organizações: gerenciando e avaliando patrimônios do conhecimento, Rio de Janeiro, Campus, 1998.
[3] STEWART,Thomas., Capital Intelectual, Rio de Janeiro, Editora Campus, 3a edição,1998.
[4] SENGE, P. M. A Quinta Disciplina: arte e prática da organização que aprende, São Paulo, Best Seller, 1998.