Resiliência na Administração*

Na área da administração, resiliência faz parte dos processos de gestão de mudanças. Para as pessoas que trabalham nas organizações, elas devem ter um grande equilíbrio emocional, principalmente, para saber lidar com os problemas relacionados com o trabalho, quando as situações não ocorrem como elas esperavam. Além disso, a resiliência diz respeito à capacidade de tomar medidas que minimizam os problemas que surgem no contexto laboral.

 Há séculos as pessoas vêm achando o conceito da resiliência intrigante. Os antigos gregos perceberam que, para adquirir resiliência, você teria que ter o que eles chamavam de “inteligência prática”, que vem da valorização da adaptabilidade e da crença de que a preparação e a escolha nos permitem influenciar nosso futuro. Os gregos também achavam perigoso supor que planos sempre se materializariam de acordo com o esperado. Abordar a vida desta maneira, eles acreditavam, faria as pessoas melhor preparadas para enfrentar mudanças.

A agilidade e o entusiasmo que pessoas resilientes demonstram ao enfrentarem adversidades resulta de uma elasticidade que lhes permite permanecer relativamente calmas em ambientes imprevisíveis. Elas podem se recuperar repetidamente ao serem sujeitadas aos estresses da mudança. Na realidade, quando pessoas resilientes enfrentam a ambiguidade, ansiedade e perda de controle que acompanham uma grande mudança, elas tendem a se fortificar com as experiências em vez de se sentirem esgotadas.

Pessoas resilientes sentem medo e apreensão como todos quando se envolvem em uma mudança. Porém, elas geralmente são capazes de manter sua produtividade e seus padrões de qualidade, assim como sua estabilidade emocional e física, ao mesmo tempo em que alcançam a maioria de seus objetivos.

CRISE OU OPORTUNIDADE?

Pesquisas sugerem que a presença da resiliência não é uma característica que ocorre ou não em indivíduos. A resiliência é uma combinação de traços que se manifesta em várias proporções, em pessoas diferentes. Para entender os diferentes níveis de resiliência, é melhor ver as pessoas como tendo uma preferência por uma das duas orientações sobre mudanças.

A mudança provoca uma crise quando quebra significativamente nossas expectativas sobre questões e eventos importantes.

Ao observar como as pessoas reagem ao estresse provocado pela crise da mudança, encontramos duas orientações comuns:

  • Pessoas orientadas pelo perigo

Pessoas orientadas pelo perigo, veem a crise da mudança como ameaçadora e podem se sentir vitimadas por ela. Geralmente, falta às pessoas assim um sentido abrangente de propósito ou visão para suas vidas e, portanto, elas frequentemente acham difícil se reorientar quando algo não antecipado quebra suas expectativas. Durante períodos tumultuados, pessoas orientadas pelo perigo tipicamente se sentem inseguras sobre si mesmas e em sua habilidade de gerenciar a incerteza.

  • Pessoas orientadas pela oportunidade

A resposta à crise da mudança orientada pela oportunidade é muito diferente. Apesar de reconhecer os perigos, ela coloca a mudança como uma vantagem em potencial a ser explorada, em vez de um problema a ser evitado. Quando ocorre uma quebra nas expectativas, este grupo sente a mesma desorientação que o outro grupo, mas sente menos necessidade de se defender de tais sentimentos. Estas pessoas encaram esta quebra e seus desconfortos como parte necessária do processo de adaptação. Elas investem no desenvolvimento de vários mecanismos para gerenciar estas inevitáveis quebras, em vez de desperdiçar seus recursos tentando evitá-las.

AS CINCO CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DA RESILIÊNCIA DAS PESSOAS ORIENTADAS PARA A OPORTUNIDADE

1. Demonstram uma sensação de segurança e convicção que se baseia na sua visão da vida com complexa mais cheia de oportunidades (positivas).

  • Interpretam o mundo como cheio de facetas e dinâmico;
  • Esperam que o futuro seja cheio de variáveis em constante modificação;
  • Veem as quebras das expectativas como resultado natural das mudanças do mundo;
  • Acreditam que geralmente existam lições importantes a serem aprendidas com os desafios;
  • Veem a vida como geralmente recompensadora.

2. Tem uma visão clara do que querem realizar (focadas).

  • Mantêm uma visão clara que serve tanto como fonte de propósito quanto como sistema de orientação para restabelecer perspectivas, após quebras significativas das expectativas.

3. Demonstram uma elasticidade especial ao responderem à incerteza (flexíveis).

  • Acreditam que a mudança seja um processo gerenciável;
  • Demonstram grande tolerância para com a ambiguidade, precisam de apenas pouco tempo para recuperar-se da adversidade e do desapontamento;
  • Contam com o apoio de relacionamentos pessoais;
  • Demonstram paciência, compreensão e humor ao lidar com mudanças;

4. Desenvolvem abordagens estruturadas para gerenciar a ambiguidade (organizadas).

  • Determinam e, quando necessário, renegociam prioridades durante uma mudança;
  • Gerenciam muitas tarefas e exigências simultaneamente e com sucesso;
  • Reconhecem a hora de pedir ajuda;
  • Empenham-se em grandes ações só depois de um planejamento cuidadoso.

5. Induzem mudanças em vez de se defenderem delas (proativas).

  • Determinam quando uma mudança é inevitável, necessária ou vantajosa;
  • Extraem lições importantes de experiência de mudanças e depois as aplicam a situações semelhantes;
  • Influenciam outros e resolvem conflitos.

Pessoas resilientes são: positivas, focadas, flexíveis, organizadas e proativas.

 Bibliografia:

Gerenciamento na Velocidade da Mudança, Robert Daryl Conner

Rio de Janeiro: Infobook, 1995

 

* http://www.significados.com.br/resiliencia/

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