De acordo com Certo e Peter (1993), a administração ou gestão estratégica é um processo contínuo e interativo que visa manter a organização como um conjunto apropriadamente integrado ao seu ambiente. Para que isto ocorra, não basta elaborar um planejamento estratégico, analisando os ambientes interno e externo para que, a partir da missão, da visão da empresa e das diretrizes fornecidas pela sua Holding, a organização trace suas estratégias.

Em verdade, se as estratégias não forem desdobradas em cada uma das áreas da empresa, implementadas pelo próprio pessoal operacional através de planos de ação, e controladas por indicadores-chave de desempenho, de nada adiantará a eficiência, inovação e qualidade das estratégias traçadas. Só assim a estratégia pode ser transformada em um processo contínuo, e em tarefas do cotidiano de todos.

Um gestor ou equipe de gestão de empresas que adote a administração estratégica de forma plena deve preocupar-se com o que fazer em cada um dos níveis estratégicos da organização.

No topo da pirâmide organizacional devem ser adotadas as seguintes medidas:

  1. Para obter uma visão sistêmica da empresa é necessário gerar sua missão e visão, além de prover seus gestores com uma análise de cenários, a partir de informações de mercado, e ainda conseguir da sua Holding as diretrizes e objetivos gerais para aquela unidade estratégica de negócios do grupo;
  2. Para atingir os objetivos gerais e a visão da empresa, o nível estratégico da organização, assessorado por um Grupo de Planejamento Estratégico (GPE), composto por seus principais gestores e profissionais experientes da companhia, deve gerar um conjunto de estratégias, a partir da análise de cenários e das forças e fraquezas da empresa, que podem ser obtidas da Cadeia de Valor da organização.

No nível tático ou funcional da organização, medidas complementares devem ser empregadas:

  1. Para que as forças e as fraquezas da empresa possam ser extraídas da sua Cadeia de Valor, os macroprocessos da companhia devem estar mapeados e classificados em processos de negócio, processos organizacionais ou de integração, e processos de suporte gerencial;
  2. Para que os processos críticos da empresa possam ser priorizados, os fatores críticos de sucesso (FCS) da organização devem ser levantados, a partir das estratégias geradas pelo nível de topo da organização. Estes FCS serão base para determinar que processos serão considerados críticos para terem seu redesenho priorizado;
  3. Para que as estratégias possam permear todas as áreas da organização, estas devem ser desdobradas, por seu quadro gerencial, em objetivos estratégicos com responsáveis, indicadores e metas.

No nível básico da pirâmide organizacional, medidas finais devem ser utilizadas:

  1. Para que todo o planejamento estratégico tenha consequência, planos de ação e projetos deverão ser preparados por supervisores e líderes de equipe, visando integrar as estratégias da empresa ao seu cotidiano operacional;
  2. Para que um efetivo controle da execução das ações ou das etapas dos projetos seja realizado, ferramentas de TI especializadas em implementação de atividades e fiscalização dos indicadores de desempenho operacional (os Scorecards) devem ser adotadas e disponibilizadas pelo pessoal de TI para todos os níveis da pirâmide;
  3. Uma divulgação formal da missão e da visão da empresa, bem como das instruções de trabalho que envolvam os planos estratégicos da companhia, sob a forma de uma campanha interna (endomarketing); além do desenvolvimento das competências (Conhecimentos, Habilidades e Atitudes) necessárias à execução destas atividades, deverão ser providenciados pelo pessoal de RH.

A comunicação, sob a forma de retornos e comentários constantes entre os três níveis estratégicos da empresa, deve ser a base de sustentação para o alinhamento de todas estas etapas.

Por fim, três princípios básicos da administração estratégica podem ser úteis, no aumento da capacidade de sua realização: Uma liderança transformadora, associada a uma mudança de políticas, visando modificar as atitudes e práticas dos gerentes e empregados, pode revitalizar a cultura da empresa; o compromisso da alta administração com o conceito de mudança deve ser profundo e visível por todos; e os sistemas de remuneração e premiação da organização devem ser alterados para encorajar novos modos de administrar e de executar atividades, sempre visando a melhoria do atendimento aos clientes internos e externos da empresa.

Instrutor Walter Gassenferth
Consultor associado da LCM Treinamento Empresarial Ltda

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