Uma das constantes do relacionamento que tenho com os alunos de MBA é o fato de que aqueles que trabalham em postos gerenciais em empresas familiares não acreditam na viabilidade de um Planejamento Estratégico neste tipo de empresa. Quando pergunto por que, as respostas sempre apontam para as dificuldades em convencer os líderes maiores da empresa da importância desta forma de alinhar a organização em direção ao seu futuro. Contudo, a GERDAU, a CONCREMAT, alguns bancos brasileiros e uma série de outras empresas familiares ou de origem familiar adotam esta forma sistêmica e metodológica de dar suporte às decisões de seus capitães. O que aconteceu nestas organizações para que o Planejamento Estratégico fosse valorizado e adotado?

Em primeiro lugar, cabe lembrar que todas as empresas utilizam-se das estratégias geradas por suas lideranças, contudo, a menor parte delas estrutura estas estratégias em um plano maior e as desdobra até os planos de ação das diversas áreas da organização. A falta deste plano estruturado não impede as empresas, que têm bons produtos/serviços, de fazer muita receita com suas vendas, mas certamente reduz a lucratividade delas, além de prejudicar o relacionamento de longo prazo com seus clientes, pois seus custos tornam-se altos em função dos retrabalhos nas tentativas e erros que acontecem antes de um acerto.

Tenho sempre recomendado a estes gerentes de empresas familiares, que parem de analisar o que está errado nestas empresas e sigam o conselho daquela música do conjunto Titãs: “…Só quero saber o que pode dar certo. Não tenho tempo a perder…”. Uma maneira de seguir este conselho é manter à mão todas as ferramentas (modelos estratégicos) que compõe o processo da estratégia (Análise O.T., Análise Estrutural da Indústria, levantamento das Vantagens Competitivas da empresa, e dos seus Fatores Críticos de Sucesso, análise do Sistema de Valor e da Cadeia de Valor da empresa com as Forças e Fraquezas de cada um de seus processos, Matriz GE-McKinsey, Matriz BCG, Matriz SWOT, Mapa Estratégico do Balanced Scorecard, Vetores Estratégicos do BSC, dentre outras), e ficar de olho nas demandas da organização.

Por exemplo, se a empresa necessitar entender o grau de rivalidade entre os competidores em seu segmento, devemos utilizar a metodologia das 5 forças de Porter, e dar como resposta uma abordagem mais completa e profissional, apresentando uma análise dos sete sintomas de intensidade na rivalidade, bem como sugestões de estratégias potenciais para este tipo de ambiente, propostas por este mestre da Harvard Business School, sem alardear que foi usado esta ou aquela metodologia: Apenas apresentando o que foi solicitado.

Utilizando para cada problema que a organização apresentar, uma abordagem baseada nas ferramentas que compõem um planejamento estratégico, o gerente as estará introduzindo na empresa, sem serem notadas, com uma significativa vantagem: Ele, gestor que as utiliza, estará sendo notado e considerado um profissional de muitos recursos. Em pouco tempo, os líderes da organização irão querer saber o segredo do sucesso de quem resolve tais problemas. A partir daí, fica fácil implantar um Planejamento Estratégico em qualquer tipo de empresa.

 

Instrutor Walter Gassenferth

Consultor associado da LCM Treinamento Empresarial

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