Alguns analistas de gestão empresarial apontam a Estratégia do Oceano Azul, metodologia desenvolvida por W. Chan Kim e Renée Mauborgne, que tem como um dos fundamentos encontrar novos nichos de mercado que tornem a concorrência irrelevante, como sendo a abordagem mais moderna no que diz respeito à estratégia de empresas. Afinal, ela satisfaz a uma das mais importantes formas de enxergar a estratégia, que é vê-la como uma Perspectiva, um dos 5 P´s descritos por Henry Mintzberg, em 1987, em seu artigo intitulado Five Ps for Strategy, publicado originalmente no periódico California Management Review.
Realmente, entender e tratar a estratégia da empresa como uma perspectiva é muito interessante, pois coloca como alvo a forma de conduta, sob o enfoque da perspectiva de comportamento interno e externo da empresa, ou seja, coloca parâmetros internos que os antropólogos identificam por cultura e os sociólogos por ideologia, uma forma de ação que define o modus operandi da organização; em suma, investe em sua “visão de mundo”. A IBM, O McDonald´s e a Hewllet-Packard construíram suas imagens encarando a estratégia como uma Perspectiva. Mais recentemente, o Cirque de Soleil trabalhou o seu Oceano Azul e sua “visão de mundo” de uma forma literalmente espetacular e muito lucrativa.
Contudo, outra abordagem, criada pelos professores Paulo Rocha e Alan Albuquerque da Fundação Dom Cabral, em seu livro Sincronismo Organizacional; e corroborada pelo famoso professor de Harvard, criador do Balanced Scorecard, Robert Kaplan e seu parceiro David Norton, em seu livro Alinhamento, sugere que moderno nas empresas é alinhar as estratégias aos processos da empresa e às pessoas que nela trabalham. Kaplan e Norton chegam a mostrar como o Mapa Estratégico do BSC pode ser utilizado para criar sinergias corporativas nas organizações. Esta abordagem, também satisfaz a dois dos P´s de MIntzberg: Encara a estratégia como um Plano, uma vez que tenta alinhar toda a empresa em uma só direção mas também como uma Perspectiva, visto que procura nas lideranças internas da organização mecanismos para formular estratégias de forma a melhorar sua participação no mercado.
Mas do que as empresas necessitam mais: De Oceanos Azuis ou de um Sincronismo Organizacional? A resposta virá se nos perguntarmos o que as empresas menos têm feito nos últimos tempos? Procurar Oceanos Azuis, ou seja, buscar nichos de mercado nunca dantes explorados; ou alinhar parte do seu contingente de apoio, o pessoal de Marketing Estratégico, Controladoria, Processos Corporativos, Escritório de Projetos e RH, para trabalhar de forma síncrona e integrada, prestando serviços realmente relevantes para os responsáveis pelo “core business” da empresa: Logística, Marketing de Serviços, Vendas e Produção? Reflitam se a carência das empresas hoje não repousa na proposta destes autores de Minas Gerais e de Massachusetts.
Instrutor Walter Gassenferth
Consultor associado da LCM Treinamento Empresarial