No dicionário, um modelo é um “esquema teórico que representa um fenômeno ou conjunto de fenômenos complexos e permite compreendê-los e prever-lhes a evolução”.

Dentro do conceito de exploração de novos mercados trazido por Kim e Mauborgne (2005), no livro Estratégia do Oceano Azul, encontra-se um modelo intitulado “modelo das quatro ações”, que tem um alcance maior que apenas moldar estratégias inovadoras para as empresas. O princípio desta ferramenta diz que se alguém deseja alcançar uma curva de valor mais apropriada para um negócio, é necessário refletir sobre o que reduzir, o que aumentar, o que eliminar e o que criar em suas atividades para chegar a esta nova curva de valor.

Com relação a estratégia de uma organização, estas quatro ações podem ser trabalhadas respondendo-se às seguintes perguntas:

  • Quais fatores devem ser reduzidos abaixo dos padrões do setor onde a empresa atua?
  • Que fatores devem ser elevados acima dos padrões do setor de atuação?
  • Quais fatores, com os quais o setor há tempos concorre, devem ser eliminados?
  • Que fatores devem ser criados que o setor nunca ofereceu?

O Cirque du Soleil, no passado, era um circo canadense convencional, que respondeu a estas questões da seguinte forma:

  • Reduziu os números circenses tradicionais de exagerado humor e perigo;
  • Elevou a participação de ginastas, pessoas mais preparadas para números de grande exigência física, em um picadeiro único;
  • Eliminou todos os astros circenses convencionais, além dos espetáculos com animais;
  • Criou espetáculos temáticos, ambiente refinado, produções musicais e danças artísticas.

Foi criado, assim, um espetáculo único, de grande procura, de preço elevado e de difícil imitação.

Não é diferente com relação aos processos de trabalho ou da vida pessoal de um indivíduo. De tempos em tempos, é necessário que se encare de forma analítica um destes processos, respondendo:

  • O que faço hoje neste processo que devo fazer menos?
  • O que faço hoje neste processo que devo fazer mais?
  • O que faço hoje que devo deixar de fazer?
  • O que não faço hoje que preciso passar a fazer?

As respostas a estas perguntas, quando articuladas com as respostas a outras quatro questões complementares, geram um conjunto de ações que formam um plano para inovar o processo de trabalho ou pessoal do indivíduo; processo este que deve ser periodicamente desafiado. As quatro questões cujas respostas serão articuladas com aquelas do modelo das quatro ações, são:

  • Quais são meus pontos fortes neste processo?
  • Quais são minhas fraquezas quando desempenho o processo?
  • O que a evolução da vida cotidiana apresenta de oportunidades ao meu processo?
  • Quais são as ameaças que a evolução da vida cotidiana vem trazendo ao processo?

Por exemplo, se a ameaça da vida cotidiana for a exigência da família por mais atenção (questão 8), que, se desatendida, pode evoluir para a perda dela, e o que a pessoa faz muito hoje é sair demasiadamente tarde do trabalho (questão 1), mas ela tem a força de ser organizada (questão 5), talvez esteja na hora de esquematizar melhor os seus dia de trabalho, para pelo menos uma vez por semana, durante os dia de semana, sair com a esposa para um cinema ou para dançar, além de reservar os fins de semana para passear com os filhos numa atividade familiar (plano de ação).
 

Instrutor Walter Gassenferth

Consultor associado da LCM Treinamento Empresarial

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