Estratégia é um conjunto de ações para se atingir objetivos estabelecidos, a partir da análise criteriosa do ambiente externo: Suas oportunidades e ameaças. Ou seja, uma empresa gera estratégias para se adequar ao mercado onde opera. Mas como gerar estratégias que sejam sustentáveis? No dicionário, sustentar significa “Amparar para que não se desequilibre ou mude de posição”. A sustentabilidade é uma forma de fazer as coisas e de tomar decisões levando em conta aspectos econômicos, financeiros, ambientais, culturais e sociais. O que então uma empresa necessita para manter sua posição e não se desequilibrar? Obviamente esta resposta passa por dois aspectos organizacionais importantes: Um econômico, que são as finanças da empresa, e outro ambiental, que é o respeito à Gaia, que na mitologia grega era uma deusa que personificava a base onde se sustentaram todas as coisas, e que hoje representa o ecossistema do planeta.

Uma vez entendidos e trabalhados os quatro P da gestão empresarial, Planejamento, Processos, Pessoas e Projetos, uma empresa, em suas estratégias, deve preocupar-se, com os dois E da sustentabilidade: Sua Economia e o Ecossistema em que habita. A melhor maneira de atender a estes dois requisitos é gerar estratégias organizacionais respeitando os indicadores de desenvolvimento sustentável (IBGE, 2012), em especial em suas dimensões ambientais e econômicas. Alguns exemplos destes indicadores adaptados e aplicáveis às estratégias empresariais são:

Na dimensão econômica: Taxa de investimento, grau de endividamento; consumo de energia; utilização de fontes renováveis no consumo de energia; reciclagem, geração, armazenamento e processamento de rejeitos; investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento – P&D.

Na dimensão ambiental: Gastos com proteção ao meio ambiente; controle das emissões de origem antrópica dos gases associados ao efeito estufa; consumo industrial de substâncias destruidoras da camada de ozônio; concentração de poluentes no ar em áreas urbanas; controle do uso de fertilizantes e agrotóxicos; prevenção de queimadas, desflorestamentos, desertificação e arenização; poluição das águas; proteção às espécies ameaçadas de extinção; destinação final do lixo gerado; tratamento de esgotos industriais.

Ricardo Voltoni, em seu livro Conversa com Líderes Sustentáveis (2011), a partir de uma análise do modelo proposto pelo Pacto Global da ONU de 2010, propõe 20 atributos que caracterizam um líder apto a gerar estratégias organizacionais sustentáveis:

1) Comandar a elaboração de uma estratégia consistente de sustentabilidade para a empresa, buscando cooperação entre as diferentes áreas e as questões mais relevantes para o negócio;

2) Garantir uma coordenação entre as diversas funções corporativas da empresa com o objetivo de maximizar o desempenho em sustentabilidade;

3) A partir de uma análise permanente de cenários, avaliar riscos e oportunidades relacionados a questões de sustentabilidade para a empresa e o setor;

4) Assegurar que a empresa identifique, de forma clara, todos os impactos socioambientais causados por suas operações; cuidar para minimizá-los ou eliminá-los;

5) Definir políticas específicas e cenários para o futuro, estabelecendo metas mensuráveis de curto, médio e longo prazos;

6) Envolver e educar funcionários e colaboradores, adotando programas de treinamento e desenvolvimento e também sistemas sólidos de incentivo;

7) Realizar mensuração de desempenho baseados em métricas específicas para gestão de água, energia, emissões de gases de efeito estufa, poluição, efluentes e biodiversidade;

8) Responsabilizar pela execução da estratégia áreas corporativas essenciais como Compras, Marketing, Recursos Humanos, Jurídico e Relações Institucionais, assegurando que nenhuma delas atue em conflito com os compromissos e objetivos de sustentabilidade da empresa;

9) Alinhar estratégias, metas e estruturas de incentivo de todas as unidades operacionais com os objetivos e compromissos de sustentabilidade da empresa;

10) Analisar cada elo da cadeia de valor, mapeando impactos, riscos e oportunidades;

11) Envolver fornecedores na estratégia de sustentabilidade; sensibilizar, treinar e capacitar parceiros de negócio; monitorar o quanto estão alinhados com as práticas da empresa;

12) Rever processos e modos de produzir; desenvolver produtos e serviços ou conceber modelos de negócio que contribuam para promover a sustentabilidade;

13) Realizar investimento social alinhado com as competências da empresa e o contexto operacional de seu negócio, enquadrando-o em sua estratégia de sustentabilidade;

14) Integrar campanhas e iniciativas públicas, assumindo, em suas comunicações (palestras, aulas magnas e artigos), compromissos com as questões mais relevantes de sustentabilidade;

15) Coordenar esforços com outras organizações para potencializar investimentos e não anular outras iniciativas de desenvolvimento sustentável;

16) Cooperar com organizações do mesmo setor e outras partes interessadas em iniciativas que ajudem a encontrar respostas para desafios comuns, local ou globalmente;

17) Fazer o papel de mentor para empresas do mesmo setor ou de outro setor que ainda se encontrem em estágio inicial de implantação de práticas sustentáveis;

18) Comunicar, de forma ampla, os resultados e a evolução de suas práticas de sustentabilidade, visando prestar contas às partes interessadas e à sociedade;

19) Envolver e educar os stakeholders para que eles conheçam as políticas da empresa e participem, a seu modo, da consecução delas no dia a dia;

20) Capitanear o processo de mudança, inserir as dimensões social e ambiental na noção de sucesso empresarial, superar a inércia e o apego aos modelos consagrados.

Para saber mais sobre o tema visite o site da Quântica Treinamento Empresarial em http://www.quanticaconsultoria.com

 

Instrutor Walter Gassenferth

Consultor associado da LCM Treinamento Empresarial

NEWSLETTER

Receba as novidades da LCM Treinamentos