Empowerment (employee + power) significa delegação de poderes. É reconhecer o valor dos funcionários e delegar-lhes suficiente poder de decisão e responsabilidade no desempenho de suas atividades.

“Empowerment significa a descentralização de poderes pelos vários níveis hierárquicos da empresa, o que se traduz em incentivos para a tomada de iniciativas em benefício da empresa como um todo” (Executive Digest, 1996).

“Empowerment é o processo pelo qual se atribui influência ou poder acrescido às pessoas (colaboradores), designadamente através do envolvimento no processo de decisão, concedendo autonomia.” (2002; 2ª Conferência da Qualidade das Administrações Públicas da União Europeia).

É a avaliação de desempenho para ajudar a pessoa a ser melhor e não para penalizá-lo; o objetivo é ensinar pessoas a resolver problemas (“ensinar a pescar e não dar o peixe”).

Onde há empowerment, há funcionários com espírito e motivação de líderes, discutindo e opinando, em conjunto com os colegas, sobre como administrar melhor suas tarefas sem precisar de consultas e autorização de superiores, dinamizando o serviço ao cliente. Um dos principais benefícios dessa ferramenta é a viabilização do trabalho em equipe. A empresa deve investir na capacidade da equipe em resolver problemas relativos à qualidade e qualificá-las para que possam analisar sintomas, estabelecer causas, gerar soluções e monitorá-las, sem recorrer à gerência. Para colocar o empowerment em prática, portanto, é necessário reconhecer que sua essência são as equipes de trabalho autodirigidas. Essas equipes devem ter autonomia para formular e reformular o processo, serem capazes e intrinsecamente motivadas e sentirem-se corresponsáveis pela visão, missão, estratégias e valores da empresa.

DIFERENÇAS ENTRE ORGANIZAÇÕES SEM E COM EMPOWERMENT

  • Com empowerment: resolver problemas; todos são responsáveis; planejar e executar; tomar decisões.
  • Sem empowerment: encontrar culpados; chefe responsável; executar; esperar ordens.

VANTAGENS NA IMPLEMENTAÇÃO

  • Aumenta o envolvimento e comprometimento dos colaboradores às decisões tomadas.
  • Fomenta a confiança recíproca.
  • Reduz custos, por menor erro de funcionários e menor turnover.
  • Estimula a cooperação.
  • Satisfação psicológica – autonomia, liberdade de ação, motivação.
  • Compartilhamento de conhecimentos.
  • Agilidade na resposta ao cliente – menos níveis de decisão e burocracia.
  • Os conflitos podem ser tratados com abertura e sinceridade.
  • São utilizadas estratégias ganhador-ganhador nas relações interpessoais.
  • As empresas que dão poder aos trabalhadores para agirem de acordo com a sua própria iniciativa são as melhor posicionadas para competir a longo prazo.
  • Cria condições para colaboradores “meta competentes”:
    • “Uma pessoa competente é aquela que faz o que se espera dela”.
    • A incompetente é a que não faz.
    • A “meta competente” é a que consegue ir além.
    • “O Século XXI vai ser dos “meta competentes”, os profissionais que conseguem ir além da competência”.

DIFICULDADES NA IMPLEMENTAÇÃO

  • A empresa ter mais de 200 trabalhadores.
  • A empresa tender a repetir o que deu certo no passado, não tendo em conta que a realidade muda.
  • As chefias não possuírem as qualidades de liderança necessárias (liderança autoritária, controladora, etc).
  • Os trabalhadores não estarem preparados para realizar as tarefas.
  • Os trabalhadores não aceitarem a autonomia.
  • Tempo que demora a implementação (cerca de 2 anos), pois pode ser Necessário treinar os trabalhadores e mudar a cultura predominante (mentalidades).

RISCOS

  • Metas erradas ou obscuras – o funcionário faz tudo certo na direção errada.
  • Avaliações injustas ou mal formuladas.
  • Treinamento inadequado ou insuficiente – não pode deixar tudo por conta da experiência do funcionário, sem dar-lhe condições técnicas.
  • Falta de autoridade.

OBSTÁCULOS AO EMPOWERMENT

No processo de transferência do poder de tomar decisões da gerência para os funcionários, há uma relutância daquela em delegar poder e uma relutância igualmente forte destes em aceitar as imposições.

No que diz respeito à gerência, essa relutância advém de uma série de fatores:

  • Insegurança – os gerentes são responsáveis pelas ações dos subordinados e isso pode deixá-los relutantes em delegar tarefas.
  • Falta de capacidade gerencial.
  • Falta de confiança nos subordinados.

Por outro lado, há inúmeras barreiras que impedem a aceitação voluntária da responsabilidade de tomar decisões, dentre as quais relacionamos:

  • Insegurança – os subordinados evitam a responsabilidade e o risco que vêm do poder de tomar decisões. Eles temem críticas e demissão devido a erros.
  • Falta de incentivo causada pela falta de uma recompensa compatível com a carga extra de responsabilidade.

LIDERANÇA E DELEGAÇÃO

  • Descentralização de poder não implica na perda de responsabilidade do líder.
  • Sujeitos devem ser preparados para assumir responsabilidades e liderança.
  • Cada sujeito deve ter o poder necessário e suficiente para controlar o seu trabalho, no sentido de poder realizar mais e melhor.
  • Partilhar a liderança vai além da atribuição de poder; é um processo em que todos ganham (os empregados tem mais controle sobre o próprio trabalho; os gestores ficam mais libertos para se voltarem para o exterior / sucesso da empresa no mercado).
  • Equilíbrio entre autoritarismo e participação (empregados com menos experiência e motivação devem beneficiar-se de uma liderança mais diretiva).

 

Instrutor Paulo Roberto Baldner

Consultor associado da LCM Treinamento Empresarial

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