É muito comum perguntar a um empregado ou dirigente da empresa como ela funciona, e a resposta vir através de um organograma da companhia. Mas será que a empresa é apenas um conjunto de atividades verticalizadas que em seu somatório compõem um todo? Será que esta forma de ver a empresa provê todo um filme sobre a empresa ou apenas fotografias tiradas de alguns ângulos? Para conseguir este “filme” é necessário ter uma visão sistêmica da organização. Mas o que é visão sistêmica?
Visão sistêmica é a habilidade de compreender uma entidade ou fenômeno complexo de acordo com a abordagem da Teoria Geral dos Sistemas, ou seja, ter o conhecimento do todo, de modo a permitir a análise ou a interferência no mesmo. Por sua vez, a Teoria Geral dos Sistemas, do biólogo Ludwig von Bertalanffy (1937) estuda, de modo interdisciplinar, a organização abstrata de fenômenos, independente de sua formação e configuração presente. Investiga todos os princípios comuns a todas as entidades complexas, e modelos que podem ser utilizados para a sua descrição.
Para ter uma visão sistêmica é necessário pensar de forma diferente daquela operacional que é utilizada no dia-a-dia e que divide o fenômeno ou entidade em partes, tratando apenas de uma das partes ou uma delas de cada vez. A visão do todo exige ações que devem ser tomadas e monitoradas para evitar a armadilha de sempre pensar da mesma forma. Albert Einstein em uma de suas entrevistas afirmou que “Não há nada que seja maior evidência de insanidade do que fazer a mesma coisa dia após dia e esperar resultados diferentes”. Portanto, foram listadas a seguir algumas recomendações e posturas necessárias a uma visão sistêmica da empresa:
- Utilize a Cadeia de Valor da empresa e seu mapa de processos para conhecê-la; só depois entenda o seu organograma;
- Pense sempre em melhorar os processos da empresa (ex.: desenvolvimento de novos produtos, precificação, promoção), e não suas funções/áreas (ex.: marketing);
- Faça as medições dos processos e atividades fim-a-fim; não meça o que acontece só na sua área; se a tarefa termina em outra área, faça lá a medição final;
- Evite a compartimentalização: Transforme suas grandes atividades em projetos, envolvendo outras áreas que tenham pessoas com a expertise necessária à tarefa a ser realizada;
- Não se regozije por outra área funcional da empresa funcionar de forma pior que a sua; ajude-a a livrar-se do problema e melhorar o desempenho; lembre-se que o barco é um só: Um furo no lado que não é seu fará com que o seu lado também afunde;
- Não se negue a participar de atividades fora de sua área com medo de não ser mais observado por seu gerente; o que você perde de visibilidade em sua área, ganha em outra e em conhecimento para continuar atraente ao mercado;
- Desenvolva sua habilidade de observação ativa, que é o interesse em conhecer o que os outros fazem, como fazem e porque fazem; isto já foi parte de seus hábitos na infância: Recupere-o;
- A empatia, que é o estado de espírito no qual uma pessoa se identifica com outra, tentando sentir o que a outra está sentindo, é uma virtude rara: Persiga-a. Lembre-se que as nossas verdades podem não ser absolutas, ao interpretar sob um único ponto de vista determinada situação ou fenômeno;
- Tente perceber a organização como uma máquina viva, e procure compreender, de forma macro, o funcionamento das partes desta máquina e suas inter-relações (suas conexões internas e externas);
- Separe as pessoas do problema: Numa empresa é importante e mais duradouro analisar e resolver os problemas através de um bom relacionamento com as pessoas.
Estar preparado para o mercado de trabalho é condição imprescindível para a sobrevivência. Procure ser um especialista sistêmico. Este tipo de profissional traz à gestão das empresas resultados que não são passageiros, mas construídos de forma sólida e compensadora. São muito disputados no mercado e devido ao grande conhecimento que acumulam trabalham de forma harmoniosa e inovadora. Quem se habilita?
Instrutor Walter Gassenferth
Consultor associado da LCM Treinamento Empresarial