A BOX1824 é uma agência gaúcha de pesquisa de tendências em consumo, comportamento e inovação. Em um de seus vídeos sobre as novas gerações, apelidadas de Millennials, ela faz uma retrospectiva dos caminhos das diversas gerações que já atuaram, atuam e atuarão no mercado de trabalho. Estas gerações podem ser divididas em três grandes blocos para uma melhor reflexão de como funcionava e como funcionará a força de trabalho no planeta.

ONTEM: OS BABY BOOMERS

Manter as coisas simples era o lema nos anos 60 e 70 da geração nascida durante uma explosão populacional entre 1940 e 1960. Os Baby Boomers viviam sob regras mais claras: o espaço de trabalho limitava-se aos escritórios, as responsabilidades eram individuais e específicas, bem como os horários para começar e terminar a labuta. Numa época pós-guerra as instituições representavam a estabilidade tão sonhada por todos. Fazia sentido vestir a camisa da empresa, entrosando-se com as estruturas lineares e hierárquicas. A escolha de uma carreira era para o resto da vida, onde os mais velhos ensinavam aos mais jovens a crescer na carreira pela antiguidade e pela experiência. Estar empregado garantia um status social, e o primeiro passo para um casamento e para um filho, nove meses depois. O trabalho não se misturava com a vida pessoal; portanto, não era bem visto levar trabalho para casa. Em compensação, os Baby Boomers trabalhavam muitas horas no escritório; o trabalho tinha relação direta com disciplina e honra. Estes sacrifícios diários garantiam o sustento da família e uma recompensa que viria, mesmo que demorasse.

HOJE: A GERAÇÃO X

A geração que pilota atualmente o planeta é formada pelos nascidos entre 1960 a 1980; os filhos dos Baby Boomers e pais dos Y. A geração X redefiniu a relação de tempo entre trabalho e recompensa: superconfiantes, extrovertidos e competitivos, fazem de tudo para ter um rápido crescimento profissional, buscando sempre melhores propostas de emprego e tendo ideias lucrativas que podem leva-los rapidamente ao topo da pirâmide profissional e social, com base na meritocracia e não na experiência. Sempre à busca de mais independência, mas dependendo de diplomas (MBA, PhD) para estarem sempre à frente de seus competidores. Numa lógica mais individualista, procuram estar sempre no lugar e na hora certa para fechar novos contatos e novos negócios, o que define seus horários de expediente. O espaço de trabalho foi estendido para a happy-hour. A mistura entre vida pessoal e profissional tornou esta geração workaholic: alguém viciado em trabalho; um trabalhador compulsivo e dependente do ofício. Mas ser workaholic é ser alguém admirado pela geração X. Para eles, os vencedores são aqueles que chegam ao topo das organizações no menor tempo possível, vivendo imediatamente o prazer de suas conquistas. Mas a jornada, a partir de hoje, em direção ao amanhã começa a ser um pouco diferente.

AMANHÃ: OS MILLENNIALS (GERAÇÕES Y E Z)

Esta é a geração nascida a partir de 1980 (Y) e 2000 (Z). Metade deles já possui ou planeja ter seu próprio negócio. Devido à sua mentalidade digital coletiva, afetam o jeito que vamos trabalhar no futuro. Para eles é mais importante aproveitar o caminho do que chegar ao destino, devido à sua capacidade de reconhecer oportunidades que combinem paixão com trabalho. A economia criativa, novas profissões, o boom do empreendedorismo, e a nova força coletiva, função das telecomunicações e informática, estão moldando um cenário inédito para o futuro do planeta.

Millennials são muito impacientes. A velocidade com que se conectam ao mundo fornece o ritmo para as suas relações de trabalho. Projetos que só têm sentido no longo prazo, simplesmente não os estimulam. Precisam de feedbacks constantes para se sentirem reconhecidos. A pirâmide organizacional tradicional não faz sentido para eles. São entusiasmados para trabalhar com outras gerações, mas em um relacionamento de igual para igual, com respeito mútuo, trocando conhecimentos, não importando a idade. Até porque eles têm liberdade e as ferramentas para descobrir as coisas sozinhos.

Procuram diversificar seus canais e buscam maneiras informais de se educarem, não valorizando muito um diploma de faculdade. Acreditam que comprometimento profissional não é apenas uma norma, é algo que deve surgir de forma natural a partir de experiências que sejam realmente engajadoras. Para esta geração, não basta ter um emprego, é preciso ter um propósito que pode ser perseguido de várias formas simultâneas. Ferramentas de mobilidade, espaços compartilhados e home-offices geram a possibilidade de criarem seus próprios horários, além de tornar o trabalho sempre presente em qualquer momento e em todos os lugares. Isto facilita o exercício dos talentos de pessoas diferentes estilos: até os mais introvertidos podem transformar suas ideias em negócios lucrativos. Para esta geração, flexibilidade é a palavra chave a ser seguida.

Millennials são fascinados por projetos em andamento e se motivam pelo aprendizado de normas técnicas e metodologias que melhorem e diversifiquem seus perfis. Consideram sempre as coisas como inacabadas e adoram testar novas possibilidades de evolução. São autônomos, mas adoram o desafio de criar em colaboração, podendo mudar de direção com rapidez e desapego, vivendo melhor o presente por não terem a ilusão de que o futuro pode ser controlado; e quem se adapta melhor pode evoluir com as mudanças.

Como conclusão desta brilhante pesquisa realizada pela BOX1824 e transformada em vídeo motivacional, uma pergunta pode ser deixada no ar para a autorreflexão: você anda fazendo o que você ama? Não?! Que tal começar agora?

Referências

BOX1824. Vídeo: Você faz o que realmente ama? – Somos a Geração Y. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=dhmZrZSwTPs. Consultado em 06/01/2016.

GASSENFERTH, Walter; CONCEIÇÃO, Ciro Mendonça; MACHADO, Maria Augusta Soares; PEREIRA, Silvia; e KRAUSE, Walther. Gestão de Negócios e Sustentabilidade. Rio de Janeiro: Editora Brasport, 2015.

 

Instrutor Walter Gassenferth

Consultor associado da LCM Treinamento Empresarial

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