Uma Holding necessita captar investimentos no mercado para alimentar suas empresas controladas com CAPEX, sigla para Capital Expenditure, que nada mais é que o dinheiro destinado aos investimentos da empresa, como aqueles dos projetos oriundos de suas estratégias. Mas como garantir que este CAPEX seja usado de forma compatível com os interesses da empresa controladora? As Estratégias Corporativas Direcionais (ECD), espécie de diretrizes ou objetivos gerais, costumam acompanhar cada fatia de CAPEX enviada pela Holding. As ECD podem ser as seguintes:
CRESCIMENTO – Neste caso, a Holding deseja que a controlada se expanda de uma das possíveis formas:
- Por Concentração Horizontal: Significa que a verba de investimento destina-se ao crescimento orgânico da companhia, seja pelo crescimento de sua linha de produtos, seja pelo seu crescimento geográfico através da abertura de novas filiais ou entrando em um novo mercado regional;
- Por Concentração Vertical: Quer dizer que o capital destinado aos investimentos da empresa deve ser utilizado na aquisição de outra empresa; seja um fornecedor, um canal ou um concorrente do mesmo segmento de mercado onde a empresa atua;
- Por Diversificação Concêntrica: Denota que o CAPEX deve ser utilizado para expandir a empresa em outro tipo de negócio, diferente daquele que a empresa atua hoje, mas bem próximo ao seu atual sistema de valor. Por exemplo, uma empresa de Telecom entrando no ramo de mídia ou vice-versa;
- Por Diversificação Conglomerada: Aponta para o uso das verbas de investimento da Holding na entrada da empresa em um novo ramo de negócios, bem diferente daquele que ela pratica hoje. Por exemplo, uma montadora de automóveis adquirindo uma cervejaria.
Consegue-se definir esta proximidade ou distância entre dois segmentos de mercado, verificando se existe a real possibilidade de colocar um executivo da atividade fim atual da empresa à frente deste novo negócio. Se for possível, a diversificação é concêntrica; se não houver a possibilidade, ela é conglomerada.
MANUTENÇÃO OU ESTABILIDADE – Neste caso, a empresa controladora tem problemas de captar CAPEX no mercado e necessita que a controlada não se expanda durante um período, seja por:
- Pausa: Durante um período curto de alguns meses, utilizando, para continuar operando, apenas o OPEX, que é o dinheiro de despesas e para manter ou melhorar seus bens físicos;
- Mudança Zero: Por um perigoso período de todo um ano contábil, a empresa deve tentar sobreviver apenas com o seu OPEX. Normalmente a competitividade e a marca da empresa são bastante arranhadas durante este período, pois não há como realizar grandes projetos sem o CAPEX apropriado.
RETRAÇÃO – Neste caso, a Holding não está satisfeita com o desempenho da empresa controlada e não fará, ou fará poucos investimentos nesta controlada, orientando-a em uma de duas maneiras:
- Para um Turnaround: Solicitando que a empresa se prepare para uma grande reviravolta que vai tirá-la da situação incômoda que se encontra. Estratégias radicais de sobrevivência devem ser utilizadas pela empresa neste período;
- Para o Abandono: Instando à controlada a se preparar para ser vendida ou fechada, pois não há mais interesse da Holding em manter a empresa como parte do seu grupo corporativo.
Cada uma destas ECD deve ser acatada pela controlada com uma ênfase apropriada em suas estratégias: Para uma diretriz de CRESCIMENTO a organização precisa investir em suas forças e reduzir suas fraquezas visando a captura de oportunidades no mercado; para uma diretriz de MANUTENÇÃO a companhia deve responder aproveitando suas forças atuais para bloquear as ameaças do mercado; uma diretriz de RETRAÇÃO deve ser cumprida com a eliminação das fraquezas da empresa mirando o bloqueio de ameaças provenientes do ambiente externo.
Instrutor Walter Gassenferth
Consultor associado da LCM Treinamento Empresarial