A globalização trouxe às empresas nacionais uma realidade estarrecedora: As empresas que ficarem limitadas ao seu país de origem acabarão sendo engolidas pelas grandes multinacionais do seu setor. Ao mesmo tempo, esta realidade gerou uma grande oportunidade para as organizações brasileiras: Tornarem-se empresas internacionais.

A internacionalização de uma empresa consiste em sua participação ativa nos mercados externos. Para tal, quatro tipos de entrada dos seus produtos no exterior são previstos: A exportação ocasional, que consiste em fazer seus produtos conhecidos no mercado internacional, mas ainda sendo produzidos no seu país de origem; a exportação por intermédio de um agente, conhecida como licenciamento, onde a empresa fornece regularmente seus produtos para outros países através de um importador no país de destino; a exportação por intermédio de uma filial comercial, neste caso a empresa realiza uma aliança estratégica com outra empresa no exterior ou adquire uma empresa no mercado local do país alvo; e por fim, a implantação produtiva que substitui, total ou parcialmente, o fluxo de exportação através da formação de uma nova subsidiária integral no país de destino, que terá sua própria produção local.

O governo brasileiro tem incentivado às exportações e a internacionalização de pequenas, médias e grandes empresas nacionais. Para fazer jus a estes programas de inserção internacional, a empresa deve satisfazer a requisitos que a colocam numa alta escala de competitividade: Preparar um forte programa de redução de custos para ter preços competitivos a nível internacional; buscar atualização em novas tecnologias; diferenciar sua linha de produtos para exportação e desenvolver um portfólio de promoções de interesse internacional.

Com relação às estratégias de negócio no nível corporativo que devem ser adotadas para que a empresa seja bem sucedida no mercado internacional, três são as alternativas, algumas concedendo às unidades territoriais autonomia para desenvolver suas próprias estratégias de negócio; outras tendendo a padronizar os planos, os produtos e a compartilhar os recursos entre os países:

  1. Na Estratégia Multilocal as decisões são descentralizadas ao nível da unidade comercial estratégica de cada país, de forma a permitir a criação de produtos sob medida para o mercado local;
  2. A Estratégia Global compreende uma maior padronização de produtos ao longo dos mercados territoriais. É uma estratégia pela qual a empresa oferece produtos padronizados por meio das suas filiais territoriais, sendo que a estratégia competitiva é descrita no escritório central;
  3. Com a Estratégia Transnacional a empresa procura obter tanto eficiência global quanto resposta local. O segredo é estabelecer uma visão compartilhada e um compromisso individual, por meio de uma rede integrada. É uma estratégia intrincada em seu uso, função de seus alvos conflitantes.

Com estas estratégias o volume de empresas brasileiras que tem seus produtos comercializados no exterior já é bastante significativo em volume e receita. Em 1970 existiam 70 empresas brasileiras que atuavam no exterior. No final do ano 2000, as transnacionais brasileiras somavam 350 empresas, faturando cerca de 1 bilhão de dólares por ano; em 2008 a Fundação Dom Cabral divulgou um estudo com dados de receita e quantidade de empregados das transnacionais brasileiras em 2007: Apenas as 20 maiores faturaram 73,8 bilhões de dólares no ano, com um contingente de 92 mil empregados no exterior. Neste ritmo o Brasil pode contar com um futuro.

Instrutor Walter Gassenferth

Consultor associado da LCM Treinamento Empresarial

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