A evolução das lideranças do planeta acompanha a evolução das teorias X, Y e Z. No início os militares/guerreiros, o estado absolutista e a Igreja lideravam o homem ao alcance de seus objetivos. Isto exigia pulso firme para organizar o trabalho, estruturar a sociedade e preparar melhor os seres inteligentes do planeta. Assim como nos conceitos da teoria X de liderança, acreditava-se que o homem, sem controle, tenderia a ser passivo e resistente na colaboração para o atingimento dos objetivos das organizações e do trabalho. Consequentemente, a intervenção e o controle da liderança seriam fundamentais para garantir a produtividade e a eficiência. Os gerentes e líderes eram os únicos responsáveis pela organização dos fatores de produção e deveriam estabelecer padrões explícitos de comportamento e monitorá-los, exercendo, de forma estrita, o controle social burocrático, baseando-se nas regras e em outros elementos formais. Estas regras e formas de enxergar a relação líder-liderado perduraram por muito tempo no planeta.
Recentemente, as instituições e organizações acordaram e se depararam com um ser humano mais socializado, mais politizado e mais preparado no que concerne aos seus conhecimentos, habilidades e atitudes. Os gerentes e líderes que praticam a teoria X vêm encontrando extrema dificuldade para lidar com seus comandados e vêm sendo pressionados pela sociedade civil para trabalhar uma melhor abordagem no exercício da liderança. Emerge então aquele líder que nunca pensou baseado nos preceitos da teoria X. Aquele que acredita que “o exercício exacerbado do controle burocrático e a centralização administrativa deixam os indivíduos insatisfeitos e estimulam fenômenos como a frenagem nas linhas de montagem, diminuição do ritmo da produção e outras reações que levam à queda da produtividade.”(McGREGOR, 1966). Este líder crê que a liderança é responsável pela organização dos elementos produtivos da empresa: Dinheiro, materiais, equipamentos e pessoas, para que esta atinja seus fins econômicos. Acredita que as pessoas não são passivas, indolentes ou apáticas por natureza. Elas se tornam assim por suas experiências negativas em outras organizações. Ele também acredita que a tarefa essencial da liderança é criar condições orgânicas e métodos de operação em que as pessoas possam atingir melhor seus objetivos pessoais, orientando seus esforços em direção aos objetivos da organização. Estes são os pressupostos da teoria Y de liderança. Mas e quando o indivíduo ainda não atingiu um grau de maturidade para integrar-se a esta forma de interagir com seu líder? O que fazer então? Voltamos ao X com ele?
Em verdade, há uma alternativa lógica que propõe que o conceito de hierarquia de linha não deva ser esquecido, porém não deve representar tanto peso na balança da administração: A teoria Z de liderança. Os principais pressupostos desta teoria são: O homem quer participar; o homem é criativo; o homem quer ser original; o homem quer liberdade; o homem quer ter iniciativa; o homem busca uma qualidade de vida cada vez melhor; a coerência e a estabilidade do grupo é a segurança do indivíduo. Partindo destes princípios qualquer empregado pode e deve questionar os métodos, os processos, as rotinas, os obstáculos, os custos do trabalho e sugerir mudanças que racionalizem a vida comum do dia a dia e melhorem o todo a partir da melhoria das partes. Este é um modelo de liderança já adotado em larga escala em países orientais como o Japão e a Coréia, a despeito de serem sociedades com heranças patriarcais muito fortes. No ocidente esta teoria começa a permear as grandes organizações, através dos trabalhos por projetos, da administração participativa e dos grupos de melhoria em processos, mas necessita ser mais incentivada através do treinamento de seus gerentes e líderes.
Em conclusão, as teorias X e Y satisfazem a diferentes estágios de maturidade dos liderados. Contudo, a teoria Z garante uma maior aderência aos diversos perfis de seres humanos, concentrando seus esforços nas características comuns de todos os indivíduos, trabalhando suas motivações e suas necessidades de pertencer e participar.
Instrutor Walter Gassenferth
Consultor associado da LCM Treinamento Empresarial