Algumas teorias mais modernas de motivação, classificadas como teorias contingenciais, vieram a substituir os tradicionais modelos de McGregor, Herzberg e Maslow, que eram baseados em princípios uniformes, hierárquicos e universais das necessidades humanas. Dentre estas teorias, podemos citar a teoria da contingência de Fiedler, o modelo de liderança situacional de Hersey e Blanchard e a teoria da expectância ou teoria das expectativas de Victor H. Vroom.
A teoria de Vroom procura explicar a motivação das pessoas a partir dos objetivos e das escolhas de cada uma, e das suas expectativas em atingir esses objetivos. Para Vroom, a motivação é o produto da percepção de três fatores distintos: Valência, instrumentalidade e expectativa. O produto destes três fatores é um índice que revela a força motivacional que impulsiona e estimula o indivíduo em seu ambiente de trabalho, condicionando o seu desempenho.
- A valência retrata o valor da atividade que a pessoa realiza, associando esta atividade a um valor provável de redução de custo, de aumento de receita ou de percepção de qualidade para a empresa; ou ainda, a importância que a atividade depois de realizada terá para uma parte dos stakeholders: Clientes, corpo de empregados, acionistas, governo, sociedade. Neste caso devem ser descobertos e considerados quais os valores morais, éticos e princípios que mais impulsionam a pessoa, para adequar o tipo de tarefa ao perfil psicográfico do profissional;
- A instrumentalidade é a percepção clara da compensação que a pessoa terá se alcançar certo resultado, além de uma nítida possibilidade de passar a um próximo degrau na organização se mantiver este nível de resultados por certo tempo; bem como a competência obtida na realização da tarefa que aumenta o portfólio de conhecimentos e habilidades do profissional;
- A expectância ou expectativa mostra que tipo de comportamento e que forma de realizar sua atividade tem maior probabilidade de levar a um resultado desejável; como também a relação percebida pela pessoa entre o esforço empreendido na realização da tarefa e o nível de resultado conseguido.
Como se trata de um produto dos três fatores, caso algum destes elementos seja zero a motivação será nula, ou seja, caso o trabalhador não considere interessante a recompensa (instrumentalidade), ou se o seu esforço for desproporcional à recompensa (expectativa), ou ainda se a tarefa não tiver uma importância compatível com o esperado pelo profissional (valência), esta pessoa não terá motivação, ou seja, terá uma atitude ruim para a realização daquela tarefa e para o alcance dos resultados esperados.
A Teoria das Expectativas de Vroom apresenta algumas características que a torna mais realista do que outras teorias para explicar as motivações; mais realista, por exemplo, do que as teorias das necessidades humanas, que colocam pouca ênfase nas características individuais das pessoas.
No cenário atual, onde as empresas dependem e carecem de profissionais cada vez mais preparados e motivados, considerando que há um real movimento nas instituições governamentais e privadas visando investir na preparação das pessoas para o mercado de trabalho, a Teoria da Expectância pode ser uma ferramenta bastante útil para que os gestores entendam melhor o que motiva seus profissionais e consigam uma melhor associação das tarefas aos perfis e interesses de seus colaboradores, produzindo um quadro de pessoal de melhor atitude e consequentemente de maior competência para a empresa.
Instrutor Walter Gassenferth
Consultor associado da LCM Treinamento Empresarial