Os trabalhos individuais no ocidente têm sido bastante mais destacados que no hemisfério oriental; o contrário também é verdadeiro, o oriente não produz grandes ganhadores do Prêmio Nobel, mas detém os maiores conglomerados do planeta. Tanto o coletivismo oriental quanto o individualismo ocidental têm suas origens nas culturas das duas metades do planeta.
O Japão, por exemplo, é uma sociedade hierarquicamente orientada, pregando a correta observância dos padrões nos relacionamentos sociais. O objetivo dos líderes é a harmonia. A família é a unidade coletiva básica mais importante. O coletivo prevalece sobre o individual; as ações e comportamentos são julgados pelo que podem representar ao grupo. O bem e o mal são determinados pela aprovação ou desaprovação da sociedade. É o medo da desonra ou a rejeição pelo grupo que mantém os padrões de comportamento (FERREIRA et al, 2002).
Por outro lado, os Estados Unidos, possuem uma sociedade individualista e isolacionista, com valores democráticos e liberais. Embora valorizem muito a realização socioeconômica, ser parte da classe média é geralmente visto como um atributo positivo. Quanto às relações com outros países, o presidente George Washington sustentava a ideia de que deveria prevalecer como regra o isolacionismo temperado por bem escolhidas intervenções em outros lugares, sempre que houvesse avaliação positiva de custos e benefícios (ROCHA, 2006).
A lógica dialética (utilizada na China) foca na contradição e reconhece o valor do conflito entre ideias opostas, enquanto a lógica formal (predominante nos EUA) exclui as contradições relativas a um conceito ou entidade (RENAND, 2007).
Os adeptos asiáticos da lógica dialética se veem atuando no contexto de grupo e não de maneira autônoma e independente. Ao contrário, as organizações ocidentais, em particular as dos Estados Unidos, valorizam seus objetivos e interesses próprios baseados na realização individual mais do que no coletivo (TINSLEY; BRETT, 2001).
Paradoxalmente, as culturas individualistas tendem para o universalismo (OCIDENTE) focando-se nas leis, enquanto as culturas coletivistas tendem para o particularismo (ORIENTE) focando-se nas obrigações da pessoa. Um gerente particularista diria sobre os gerentes universalistas: “Não podemos confiar neles porque não ajudariam mesmo seu amigo”. Por outro lado, um gerente universalista diria de um particularista: “Não podemos confiar neles porque ajudam sempre seus amigos” (TROMPENAARS, 1993, p. 32).
Estas características ocidentais dificultam o bom relacionamento de uma equipe de trabalho, que acaba sendo um conjunto de talentos individuais. Para que o trabalho em equipe no ambiente ocidental não se transforme em trabalho em EUquipe, algumas providências podem ser tomadas pelo líder visando minimizar as dificuldades trazidas por esta cultura:
- Ter um planejamento formal e as tarefas organizadas (processo de trabalho);
- Orientar a equipe a não resistir às mudanças e às opiniões discordantes;
- Provocar regularmente o diálogo entre os participantes do grupo;
- Incentivar a participação de todos, enfocando a solidariedade (colaboração) e a divisão do trabalho;
- Desestimular as críticas aos colegas e não deixar conflitos pendentes; exercitar o conceito de falar sempre para o outro e não do outro;
- Agir sempre com paciência, respeitando às individualidades do grupo (diversidade);
- Destacar e encorajar mais as ações coletivas do que as individuais;
- Não impor ideias, conceitos e preconceitos para atingir às metas;
- Fomentar o bom humor e o cultivo dos relacionamentos;
- Comemorar as vitórias parciais do grupo;
Ou seja, desenvolver um clima favorável ao trabalho em equipe (coletivismo) e minimizar trabalho em EUquipe (individualismo).
Instrutor Walter Gassenferth
Consultor associado da LCM Treinamento Empresarial