Todas as atividades ou empresas deste planeta guardam uma semelhança com um copo parcialmente preenchido: Às vezes estão cheias o suficiente, e outras horas encontram-se com o tanque muito baixo. Quando a parte cheia é preponderante, ninguém olha a parte vazia, e com isto se perde a chance de desenvolver ou praticar a competência de manter o copo aceitavelmente encorpado. Pior ainda é quando ele está pela metade: Apenas pequena parte do grupo de pessoas que trabalha com o preenchimento do copo regozija-se pela metade cheia dele; a grande maioria, os pessimistas de plantão, maldiz sua metade vazia.
Em verdade, no estágio de desenvolvimento atual da humanidade, com as constantes inovações em produtos e processos, nas formas de gestão e de fazer negócios, na tecnologia que suporta todos estes aperfeiçoamentos, é mais comum que um trabalho, um projeto, uma empresa, estejam constantemente com seus copos pela metade. Este fato transforma as empresas hoje numa grande escola de desenvolvimento de competências-chave para o profissional moderno e, em última instância, para a pessoa racional. Só faz sentido ficar olhando para a metade vazia de um copo se o objetivo for planejar seu preenchimento. Apenas amaldiçoar a sorte do dono do copo é um exercício vão e psicologicamente desgastante. Mas que competências podem ser aprimoradas, sem cair no lugar comum, a partir destas constantes e aceleradas mudanças que transformam as organizações e as pessoas em eternos aprendizes?
Uma relação sucinta, mas relevante das competências necessárias, seria:
- Intuição: Forma de conhecimento que está dentro de cada pessoa; percepção oriunda das múltiplas experiências do ser humano que pode ser utilizada para chegar a uma conclusão sobre algo; ela aflora da comunicação dos dois hemisférios do cérebro: o esquerdo, que é racional e armazena dados concretos, e o direito, responsável pela linguagem não verbal, símbolos, imagens e sensações;
- Adaptabilidade: Aptidão em viver em condições e ambientes diferentes daqueles de sua preferência; vem sempre acompanhada da Resiliência que é a capacidade do indivíduo lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas;
- Padrões e Crenças Flexíveis: Ter uma visão holística sobre tudo o que o cerca; manter a mente aberta às possibilidades, mesmo sabendo que é doloroso romper padrões estabelecidos por crenças profundamente arraigadas que acompanham cada ser humano;
- Empatia: Capacidade psicológica para sentir o que sentiria outra pessoa, caso estivesse na mesma situação vivenciada por ela; consiste em procurar experimentar de forma objetiva o que sente outro indivíduo, visando entende-lo melhor;
- Determinação: A força que faz o impossível para muitos, tornar-se possível, graças à vontade de quem acredita em seus planos, desejos e sonhos; está normalmente acompanhada da Persistência, que é a virtude dos vencedores, e consiste em não deixar algo no meio do caminho; sempre terminar o que começou;
- Criatividade: Que significa transformar as ideias em valores; é um processo que resulta na descoberta de formas mais eficazes de lidar com o mundo, de resolver problemas e de ampliar o círculo de influência da pessoa.
A leitura atenta de textos sobre cada um destes temas, a vontade de aplicá-los no cotidiano profissional ou pessoal, e a convicção de que a real tarefa de cada um é encher o copo e não criticar sua escassez conduz a um crescimento técnico e individual, que pode ser resumido pela da frase de Arthur Ashe (1982), famoso tenista norte-americano: “O sucesso é uma jornada, não um destino. A ação é geralmente mais importante que o resultado”.
Instrutor Walter Gassenferth
Consultor associado da LCM Treinamento Empresarial