Como pode ser feita a montagem de um treinamento para os gerentes de uma empresa sobre a gestão específica de seu negócio (Operações, produção, vendas, projetos, controle financeiro, controle administrativo, gestão de atendimento, marketing, etc.)? A produção deste treinamento pode ser feita pela definição de quatro parâmetros fundamentais para a sua elaboração: Temas a serem expostos, estrutura do treinamento, tipo de abordagem, e práticas consolidadoras do aprendizado.
TEMAS – Devem estar baseados nos 4 P da gestão empresarial. Dentro do P de Planejamento podem ser tratados os temas estratégia empresarial, visão sistêmica do negócio, gestão sustentável, e plano estratégico. No P de Processos é de valia preparar os gerentes na gestão horizontal por processos, nos processos financeiros, na arquitetura organizacional e nos mecanismos de controle de desempenho dos processos de negócio. Dentro do P de Pessoas a motivação dos empregados, a capacidade de liderança, o trabalho em equipe e o desenvolvimento das competências chave para o negócio deveriam ser alvo de atenção. Finalmente, no P de Projetos os gerenciamentos de tempo, custo, qualidade, escopo, recursos humanos, comunicações, risco e aquisições de um projeto seriam os temas preferenciais, bem como a integração de toda esta gestão.
ESTRUTURA – O treinamento deveria ter duração superior a um ano e mesclar períodos de absorção de conceitos através de palestras, workshops e sessões de debates com profissionais experientes e que também tenham perfil acadêmico; com períodos de práticas de aprendizagem dos conceitos adquiridos, por intermédio da aplicação deles nas atividades cotidianas do gerente. Outra mistura interessante seria alternar disciplinas voltadas à gestão de pessoas com aquelas de gestão do negócio.
ABORDAGEM – Deveria contemplar os conceitos de andragogia, que é a ciência que estuda as melhores práticas para orientar adultos a aprender, e que se baseia nos seguintes princípios, adaptados de Waal e Telles (2004): Necessidade de saber – adultos precisam saber por que precisam aprender algo e qual o ganho que terão no processo. Autonomia – adultos querem ser vistos e tratados pelos outros como capazes de se autodirigir. Papel das experiências – a experiência acumulada pelos adultos oferece uma excelente base para o aprendizado de novos conceitos e novas habilidades. Prontidão para aprender – o adulto tem maior interesse em aprender aquilo que está relacionado com situações reais de sua vida. Aplicação da aprendizagem – o adulto aprende melhor quando os conceitos apresentados estão contextualizados para alguma aplicação e utilidade. Motivação para aprender – adultos são mais motivados a aprender por valores intrínsecos: autoestima, qualidade de vida, desenvolvimento.
PRÁTICAS – Algum trabalho prático como projeto final do treinamento gerencial deve ser dado ao gerente para que os métodos, conceitos e modelos aprendidos sejam utilizados por ele no seu dia-a-dia. Logo, um problema ou situação real vivida pelo gerente deve ser o objeto deste trabalho prático. O repasse dos principais conceitos aprendidos para sua equipe também deve ser proposto ao gerente como parte de sua avaliação de aproveitamento no treinamento.
José Roberto Marques em seu artigo sobre a importância do treinamento gerencial, no site http://www.rh.com.br, afirma que um bom treinamento gerencial traz ao profissional os seguintes benefícios: Ciência e prontidão para as suas reais responsabilidades; maior atenção às mudanças que ocorrem em seu ambiente e em sua equipe de trabalho; aumento da possibilidade de crescimento profissional dentro ou fora da empresa; maior propriedade na delegação de tarefas; melhoria da imagem e reputação do profissional e da empresa no mercado.
Instrutor Walter Gassenferth
Consultor associado da LCM Treinamento Empresarial