É notório que os indicadores de desempenho de uma empresa, além de úteis para avaliar sua atuação e resultados, são o elo de conexão entre as estratégias da empresa e os seus processos. Uma vez definidos os indicadores a serem acompanhados pelo nível estratégico da organização, os processos que contém estes indicadores devem ser considerados como críticos para o negócio e necessitam ser revistos e melhorados com prioridade. Mas como medir com eficiência e eficácia, evitando medidas desnecessárias e indicadores que não agreguem valor ao sistema de mensuração de desempenho?
Primeiramente deve se ter em mente alguns tipos comuns de erros nas medições e nas escolhas dos indicadores a serem medidos:
- Grande número de indicadores: Tentar medir tudo de uma vez;
- Não conhecer o significado do indicador: Para que isto não aconteça uma carteira de identidade do indicador, com sua definição e características, deve ser elaborada;
- Falta de cuidado na coleta de dados;
- Indicadores não alinhados aos objetivos estratégicos da empresa: Uma consulta ao mapa estratégico da empresa deve ser realizada antes da definição dos indicadores-chave do negócio, de forma a garantir sua aderência e utilidade às estratégias da empresa;
- Coletar dados e não analisá-los;
- Selecionar indicadores de baixa relevância: Numa medição do número de ervas daninhas numa plantação, utilizar o parâmetro de tempo adequado ajuda a dar relevância ao indicador, ou seja, medir tiriricas (Ciperus rotundus) na horta por SEGUNDO (?) não tem a menor relevância para o que se deseja mensurar.
Em segundo lugar, uma distribuição equilibrada dos indicadores pelos seus alvos de medição também ajuda a manter o sistema de mensuração balanceado e adequado ao bom desempenho da organização. Devem-se ter indicadores que meçam pelo menos:
a) A situação financeira da empresa;
b) A qualificação das pessoas que trabalham na empresa;
c) A motivação das equipes de trabalho;
d) O nível de aproveitamento dos recursos disponíveis, ou seja, a produtividade das equipes e das pessoas;
e) A satisfação dos clientes;
f) O desempenho dos processos;
g) As características dos produtos e sua adequação às necessidades dos clientes.
Por fim, a divulgação adequada para as diversas áreas da empresa das medições dos indicadores é condição fundamental para a evolução dos seus resultados e para a melhoria de sua performance. Uma maneira eficaz de realizar esta divulgação é através de softwares específicos conhecidos como painéis de controle, “cockpits” ou “dashboards”, que apresentam de forma sucinta e focada os resultados das medições dos indicadores de desempenho da organização. Outra característica destes instrumentos é o poder de refinar o resultado de uma medição até que se conheça seu principal ofensor: Uma unidade de negócios específica, um grupo de projeto ou uma equipe funcional da empresa. Os seguintes benefícios são gerados na utilização deste tipo de ferramenta:
– Visão integrada do desempenho da organização;
– Integração entre os diversos níveis organizacionais e áreas, através da busca de resultados pela observação de um mesmo painel;
– Comunicação efetiva das prioridades de curto e longo prazo;
– Compreensão por parte dos empregados da sua contribuição à melhoria do desempenho da empresa.
Em suma, as medidas de desempenho servem para aperfeiçoar a gestão organizacional e para melhorar a atuação e os resultados da empresa. A melhor maneira de agregar valor a um sistema de mensuração de desempenho é evitar as armadilhas dos erros de medição; equilibrar os indicadores entre as mais importantes grandezas a serem medidas; e divulgar as medições de forma adequada, seja no que diz respeito ao público alvo, seja no que concerne à forma mais concisa e eficaz de transmitir os resultados das mensurações. Estas três providências certamente reduzirão o número de erros no sistema de medição, com consequente elevação dos acertos nas decisões tomadas fruto da observação dos valores e tendências dos indicadores.
Instrutor Walter Gassenferth
Consultor associado da LCM Treinamento Empresarial