A conduta de tratamento da L.E.R. depende do estágio da doença, e quanto mais cedo for feito o diagnóstico e a intervenção, menos invasivo será o tratamento. Hoefel (1995) ressalta que essa doença é preocupante, pois o tratamento dificilmente tem resultado após a sua cronicidade, que ocorre pelas recidivas dos episódios de retorno ao trabalho do empregado, o qual se expõe novamente aos mesmos riscos ocupacionais que a determinaram.

O objetivo fundamental do plano de tratamento é eliminar ou minimizar a intensidade dos fatores físicos que causaram ou agravam a L.E.R., pois uma vez eliminados, dão lugar ao processo natural de recuperação do organismo. Este, frequentemente, requer longo período, durante o qual deve haver restrições à atividade normal. Geralmente o tratamento envolve uma combinação de métodos conservadores, tais como medicamentos e terapia física, que são utilizados no combate desses distúrbios. Quando estes métodos não apresentam resultados positivos, a conduta provavelmente é cirúrgica (Higgs & Mackinnon, 1995).

Inicialmente, qualquer que seja o método, este requer a educação do doente quanto às posturas a serem adotadas tanto nas atividades de trabalho como nas de não trabalho. Esta proposta surge na tentativa de evitar maiores danos e diminuir os já instalados.

A restrição de movimentos e o repouso da região afetada são critérios importantes que devem ser obedecidos, pois se trata da primeira e talvez da mais importante conduta para o portador de L.E.R. A imobilização, quando necessária, é feita através do uso de splints, ou talas, que mantém as articulações em posição neutra, minimizando desse modo o estresse local e prevenindo traumas adicionais.

Além da imobilização e repouso, pode-se também lançar mão do uso do calor e do gelo para alívio da dor; e da compressão e elevação para melhor drenar o edema local, quando este se fizer presente. Entretanto, podem ser utilizados outros métodos de tratamento fisioterápico, sendo que a finalidade sempre será de reduzir a dor, o edema e a inflamação, proporcionando assim uma situação em que se possa normalizar a força muscular e o retorno às atividades, quando possível.

Quanto ao tratamento medicamentoso, este inclui a prescrição de drogas com potentes efeitos anti-inflamatórios, mas que, eventualmente, podem levar à irritação gástrica, o que pode restringir seu uso àqueles doentes que não têm problemas gástricos ou os têm em pequena proporção. Neste caso é necessário o uso adicional de medicamentos antiácidos. Este método de tratamento é importante porque não reduz somente a dor, mas também reduz a inflamação (Upfal, 1994).

Assunção (1995) também recomenda o afastamento temporário do trabalho para o sucesso terapêutico.

Além dos métodos de tratamento citados, existe uma grande variedade de recursos alternativos para a L.E.R., como é o caso da yoga. Fildes (apud Assunção, 1995) ainda cita a naturopatia e o taichi, além da acupuntura, como terapias não convencionais que se mostram úteis para o alívio da dor por curtos períodos. Especificamente quanto à acupuntura, este método proporciona resultados favoráveis no alívio da dor, e seu uso pode fazer parte do conjunto de medidas de tratamento. Além disso, técnicas de relaxamento e reeducação postural global estão sendo empregadas com sucesso (Luduvig, 1996).

Com relação à ginástica laboral, o principal objetivo é preparar o corpo para trabalhar, prevenir o aparecimento de lesões músculo-ligamentares, diminuindo os acidentes de trabalho causados pelos movimentos repetitivos e posturas inadequadas, diminuindo o absenteísmo e custos com atestados médicos, minimizando custos trabalhistas e melhorando a imagem da empresa no que se refere à qualidade de vida.

Para evitar a L.E.R., pois por sua natureza conduz a quadros agravantes, a conduta mais efetiva continua sendo a prevenção. Mudanças de natureza ergonômica, organizacional e comportamental podem reduzir ou eliminar a ação ofensiva, pois segundo Thompson & Phelps (1990), a prevenção diminui mais a incidência de L.E.R. do que o tratamento médico.

Instrutor Antônio Pinheiro

Consultor associado da LCM Treinamento Empresarial

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