Para responder a esta pergunta, primeiramente é necessário entender que liderança é a capacidade de influenciar pessoas; ou ainda, de acordo com Kim e Mauborgne (1992), “é a habilidade de inspirar confiança e apoio entre as pessoas de cuja competência e compromisso depende o desempenho”.

Em verdade, o tipo de liderança que alguém pode exercer está diretamente associado ao tipo de poder que ela possui. De acordo com Cecília Bergamini (2002), existem cinco tipos de poder que podem ser exercidos por alguém:

  • O Poder Legítimo, que é aquele em que a autoridade foi delegada pelos constituintes de níveis mais altos em qualquer organização;
  • O Poder de Recompensa, que se origina da possibilidade que o líder tem de recompensar o seguidor todas as vezes que este assim o merecer;
  • O Poder Coercitivo, que funciona até certo ponto, mas que pode levar o seguidor a reagir pela resistência, pois este se submete à coerção para evitar punições;
  • O Poder de Especialista, onde o seguidor está convencido de que seu líder tem algum conhecimento especial a respeito de como resolver um problema, dentro de uma ótica mais adequada; e, finalmente,
  • O Poder de Referência, que tem sua eficácia porque o seguidor admira e se identifica com a pessoa do líder e com a causa que ele defende.

Deste último tipo de poder deriva uma forma de liderar que não é moderna, uma vez que Jesus de Nazaré já se utilizava dela no início do primeiro milênio da era cristã, mas que os líderes parecem tê-la esquecido. É uma forma natural de arrebanhar seguidores: A Liderança Serva ou Servant Leadership. O nome a princípio engana, pois quem o lê é levado a crer que se trata de uma inversão de papéis, e que ser um servo do seguidor é a proposta deste tipo de liderança. Não é bem assim: O princípio deste modelo diz que um líder, para ser seguido, deve ter em sua forma de liderar, princípios, ideais e propostas que tenham valor para os seus seguidores, ou seja, que sejam de serventia aos interesses de seus liderados. Desta forma ele demonstra que sua visão de mundo, suas convicções e seus objetivos valem ser seguidos e alcançados.

A forma pela qual o conceito de liderança tem sido utilizado deixa pouco espaço para que as pessoas possam exercer, em determinadas oportunidades, algum tipo de influência no sentido ascendente. Por outro lado, este tipo de liderança privilegia a implantação dos modelos de administração participativa, levando o seguidor a sentir cada vez mais o desejo de envolver-se na resolução dos problemas enfrentados pelo seu grupo. Trata-se, para ele, da oportunidade de atingir sua própria auto realização, uma vez que os objetivos e ideais que seu líder persegue são de extrema serventia para os planos e aspirações do seguidor. Além disto, o Poder de Referência, que caracteriza este modelo de liderança, é exercido de forma muito fluida, sem conflitos ou necessidade de persuasão dos seguidores.

Em suma, este parece ser o modelo de liderança do futuro, onde teremos o grande desafio de liderar cada vez mais pessoas bem informadas, e melhor preparadas para exercer suas funções que as gerações anteriores. Maiores detalhes sobre este tipo de liderança podem ser obtidos no livro Servant Leadership. A Journey into the Nature of Legitimate Power and Greatness, de Robert K. Greenleaf, publicado pela editora Paulist Press, de Mahwah, NJ, USA, em 1991.

Instrutor Walter Gassenferth

Consultor associado da LCM Treinamento Empresarial Ltda 

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