Para nós, ocidentais, o final do ano nos remete a alguns costumes, rituais, e procedimentos, tais como: confraternizações, decoração especial nas ruas e nas casas, festa natalina com troca de presentes, festa de “passagem do ano” com fogos de artifício e champagne.

No mundo empresarial, é bastante comum a elaboração de planejamento estratégico para os próximos anos, orçamentos e relatórios de atividades, balanço financeiro com o registro de todos os créditos e débitos anuais. Aqui no Brasil, as emissoras de TV costumam apresentar, poucas horas antes da chegada do próximo ano, uma retrospectiva dos fatos mais importantes do ano que se acaba. Envolvidos por este clima, que se repete ano a ano, acabamos pensando um pouco mais em tudo que fizemos ou deixamos de fazer.

Como Profissionais da Gestão de Pessoas, além de organizar as belas festas de Natal das empresas, de apresentar relatórios com excelentes indicadores de quantas horas/homem treinamos, quanto investimos no Capital Humano, e tantos outros indicadores de fato relevantes para negócio, também devemos fazer nosso balanço pessoal e analisar o nosso saldo para iniciar ESTE NOVO ANO.

Minha sugestão é que, independente dos critérios ou da escala, que você use para quantificar, o mais importante é exatamente o que você deve analisar. Neste sentido, decidi compartilhar algumas questões que podem ser relevantes também para você. Pense:

  • Tinha objetivos pessoais e profissionais claramente definidos para este ano que PASSOU? Se sim, em que medida consegui atingi-los? Se não, o que realizei?
  • Quais foram as razões de não ter atingido plenamente todos os meus objetivos?
  • O que realizei além do previsto?
  • O que aprendi ao longo de 2014? Apliquei, estou aplicando ou pretendo aplicar o que aprendi? Ou o que faço com tudo aquilo que sei NO ANO DE 2015?
  • Que valores, atitudes e práticas devem ser preservados a todo o custo?
  • Que valores, atitudes e práticas devem ser abandonados, porque já não fazem mais sentido ou não agregam nenhum valor ao que SOU e FAÇO?
  • Em que medida consegui cultivar meus relacionamentos, cuidar das pessoas que realmente são importantes?
  • Quantas pessoas novas passaram pela minha vida ano PASSADO? E a quantas me dei a oportunidade de conhecê-las e de me fazer conhecer?
  • Contribui com o máximo que podia (naquele momento) para o meu trabalho, para a minha família, para a sociedade?
  • Mudei algum hábito, consumi uma nova marca, inovei algum processo de trabalho, criei algo, mudei um caminho, mudei alguma atitude?
  • Surpreendi-me em alguma situação, sai da “zona de conforto”, corri algum risco, tive alguma iniciativa, ousei?
  • Em relação ao afeto: me sinto com créditos, com débitos, “zerado”?
  • Transmiti o que desejava para as pessoas que são realmente importantes para mim?
  • Quantas responsabilidades eu transferi? Quantas responsabilidades assumi, embora não fossem inicialmente minhas?
  • Dos erros que cometi, quantos assumi naturalmente? Utilizei isto como aprendizado?
  • Tenho sido coerente com meu discurso e com meus valores?

Certamente, você irá aumentar a sua lista, pensando em questões que sejam mais significativas para a sua vida. Costumo fazer um exercício: divido uma folha em branco ao meio, coloco crédito e débitos e vou anotando tudo que possa ser entendido como um ou outro e, no final, analiso o meu saldo.
Vale um aprendizado que já vivenciei: mesmo quando os débitos parecem maiores e temos a sensação de ‘saldo negativo’, dependendo da forma como lidamos com este resultado, podemos transformar a “ameaça da dívida” numa grande oportunidade de crescimento, se considerarmos que isto pode ser o nosso investimento para começar este novo ano mais bem qualificado para enfrentar os novos desafios que surgirão!

Quando li o livro “Em busca de sentido: um psicólogo no campo de concentração”, de Viktor Frankel. O autor conta sua experiência como prisioneiro e sobrevivente da segunda Guerra Mundial e dentre muitos ensinamentos, o autor diz que “a busca do indivíduo por um sentido é a motivação primária da vida…” (pág. 92). “Cada qual tem sua própria vocação ou missão específica na vida; cada um precisa realizar uma tarefa concreta, que está a exigir realização. Nisto a pessoa não pode ser substituída, nem pode sua vida ser repetida. Assim, a tarefa de cada um é tão singular como a oportunidade específica de levá-la a cabo” (pág. 98).

Ao afirmar que o SER HUMANO é uma criatura responsável e precisa realizar o seu sentido potencial, Frankel salienta que o verdadeiro sentido da vida deve ser descoberto no mundo e não dentro de si mesmo. Segundo ele, esta característica construtiva chamada “autotranscendência da existência humana” aponta para três caminhos onde se pode encontrar esse sentido: – a realização pessoal, – o amor e – o sofrimento. Como os dois primeiros são mais conhecidos, cabe esclarecer que o autor não considera o sofrimento necessário para dar sentido à vida, mas defende a ideia, de que “o sentido é possível mesmo a despeito do sofrimento, desde que, naturalmente o sofrimento seja inevitável”.

Seja qual for o seu caminho, desejo que em 2015, a sua vida faça tanto sentido quanto fez para mim, ter compartilhado minhas reflexões com você. Muita paz e harmonia! Muitas descobertas “com sentido”!

Instrutora Denize Dutra

Consultora associada da LCM Treinamento Empresarial Ltda

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