Desenvolver periodicamente novos produtos é uma necessidade no atual ambiente hipercompetitivo que atravessa o planeta. Os motivos que justificam esta necessidade são: o aumento da concorrência e do grau de rivalidade entre os competidores, rápidas mudanças tecnológicas, diminuição do ciclo de vida dos produtos e maior exigência por parte do mercado. Apesar desta necessidade, não existe muita literatura nesta área com casos práticos e lições aprendidas. Por outro lado, o grau de incerteza deste tipo de processo, principalmente no início do desenvolvimento, é bem elevado; daí ser fundamental a utilização de uma metodologia que evite o desperdício de recursos e de ideias. Uma grande empresa brasileira de Telecom, logo após sua privatização, criou uma metodologia com a qual foi bem-sucedida no desenvolvimento e lançamento de novos produtos, citada por Dos Santos (2003) em seu estudo sobre educação corporativa. Baseado nesta metodologia, a empresa propôs alguns passos, reproduzidos a seguir, encadeados sob a forma de processo, a serem seguidos por quem deseja ser mais preciso na criação e disponibilização de um produto ou portfólio para seus clientes.

  1. Criação de um acervo de ideias: Nesta fase, são registradas e catalogadas todas as informações, internas ou externas à empresa, que podem, direta ou indiretamente, agregar valor ao portfólio da companhia. Esta base de conhecimentos tem o objetivo básico de sugerir e estimular iniciativas da Gerência de Produto para criação de novos produtos;
  2. Geração de iniciativas: Nesta fase, as pessoas que lidam com os produtos da empresa em cada área, a partir do acervo de ideias, elaborarão propostas de novos desenvolvimentos para apreciação do PMO (Project Management Officer). Estas propostas deverão vir acompanhadas de justificativas mercadológicas e técnicas consistentes que subsidiem a decisão do PMO na opção por uma ou outra iniciativa a ser desenvolvida;
  3. Descrição do Produto: Esta fase tem como objetivo produzir um documento padronizado, que deverá conter os requisitos de marketing para o produto, apresentados de maneira detalhada, além de fornecer as informações necessárias para que as áreas técnicas sejam capazes de compreender o produto, fazer o desenho preliminar da solução a ser adotada e, consequentemente, permitir uma avaliação inicial de prazo e custo para seu desenvolvimento;
  4. Avaliação do produto: Esta fase tem como objetivo avaliar as solicitações do documento que descreve o produto no que concerne ao seu escopo, tempo, custo, risco, recursos e qualidade, consolidando as soluções apresentadas pelas áreas envolvidas em uma ou mais alternativas para o produto;
  5. Preparação de um Business Case do produto: Nesta fase, é analisada a viabilidade financeira do novo produto, contemplando, além das informações econômico-financeiras (receita, investimento, custos, etc.), dados diversos de Marketing, Engenharia, Operações, TI, Regulatório e Jurídico, que possibilitem emitir um parecer, sob a ótica de negócio, do novo produto ou modalidade em análise. Após a aprovação do Business Case (BC), os requisitos de marketing estarão congelados, sendo que qualquer alteração de requisitos poderá demandar uma nova Avaliação e um novo Business Case;
  6. Detalhamento de Requisitos: Nesta fase, as áreas de Marketing e Finanças iniciam o detalhamento dos processos: Pré-Venda, Fulfillment, Pós-Venda, Atendimento a Clientes, etc., além dos modelos de contratos, relatórios para clientes e gerenciais, faturas, etc., que serão as entradas da etapa de Planejamento, evitando atrasos no lançamento do produto;
  7. Liberação de Recursos: Desde que o produto demande investimento, deverá ser elaborado um projeto visando associá-lo à solução que foi aprovada no BC. A conclusão da elaboração do Projeto é o preenchimento do formulário para aprovação e liberação de investimentos. Este formulário também é uma ferramenta para acompanhamento e controle dos investimentos e cronogramas;
  8. Realização do Kick-off do Projeto: Esta fase tem como objetivo a apresentação, pelo responsável do desenvolvimento do produto, da solução que foi aprovada no BC, para todas as áreas envolvidas, visando a criação do time que participará do desenvolvimento desta solução;
  9. Planejamento do projeto do novo produto: Esta fase se propõe a definir os pontos que nortearão o desenvolvimento do produto, tais como: identificação, mobilização e comprometimento nominal das equipes; definição da WBS (Work Breakdown Structure) do produto, correspondendo tarefas com a responsabilidade de cada membro da equipe; análise da alocação de recursos (humanos, financeiros e equipamentos); geração do cronograma inicial, a ser usado como linha de base para o desenvolvimento do projeto; definição e divulgação dos métodos de gerenciamento do projeto;
  10. Análise e Projeto: Esta fase detalha a solução apresentada na Avaliação para o desenvolvimento customizado do produto, atendendo a todos os requisitos aprovados no BC;
  11. Construção efetiva do produto: Nesta fase, será efetivamente desenvolvido o produto. O objetivo é implementar as soluções definidas na fase de Análise e Projeto e gerar os casos de teste para a fase de testes do produto;
  12. Testes do Produto: A fase de testes procura garantir a qualidade e desempenho dos requisitos solicitados pelo Marketing. Constitui-se de três etapas: Teste de Interfaces, Teste Integrado e Testes de Aceitação do Usuário;
  13. Passagem para a produção: Nesta fase, os sistemas e plataformas deverão ser integrados e configurados para operação em ambiente de produção da empresa;
  14. Alfa Teste e Beta Teste: Tem como objetivo garantir a aprovação do produto pelo cliente interno (Alfa) e pelo cliente externo (Beta);
  15. Lançamento do produto: Esta fase visa a preparação do ambiente, capacitação e divulgação interna do produto desenvolvido, e a execução do plano de divulgação externa do mesmo, com o objetivo de disponibilizar o produto para o mercado;
  16. Fechamento do projeto: Nesta fase, o Time avaliará todo o processo de desenvolvimento do produto em questão com o objetivo de obter um feedback para aprimorar o Processo de Desenvolvimento de Produtos e gerar recomendações para as diversas áreas envolvidas;
  17. Pós-Audit: Com o produto na fase de maturidade, as áreas de Finanças e Planejamento Comercial farão uma comparação entre as premissas adotadas no Business Case e os resultados reais de desempenho deste produto.

 

Instrutor Walter Gassenferth

Consultor associado da LCM Treinamento Empresarial

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