Todo bom filme conta a história de uma personagem protagonista que, com muito esforço, só consegue o que quer se encarar com determinação as forças antagônicas. No cinema, usamos forças antagônicas para indicar tudo que tenta impedir a personagem protagonista de alcançar seu desejo. Não é só um vilão ou um inimigo. Pode ser um conflito pessoal, interpessoal, com uma instituição, com o governo ou até mesmo com a natureza. Por exemplo: Em Impossível, o casal Maria (Naomi Watts) e Henry (Ewan McGregor) está aproveitando as férias de inverno na Tailândia com os três filhos pequenos. Mas, na manhã de 26 de dezembro de 2004, um tsunami de proporções devastadoras atinge o local. Separados, os membros da família passam por inúmeras desventuras até que voltam a se reencontrar.>

O PAPEL DAS FORÇAS ANTAGÔNICAS

Num filme, o princípio do antagonismo é que determina a trama. Assim como na vida, não nos movemos para frente sem termos desafios e obstáculos. Se um protagonista for muito mais forte do que a soma de todas as forças contrárias, a história fica sem graça e fora da realidade. A realidade da vida nos mostra que se algo é muito fácil, temos a tendência a nos desafiar e definir metas mais arrojadas. Ou seja: criamos um conjunto de forças que vão também nos desafiar. Basta lembrar do filme Batman, o cavaleiro das sombras. O grande segredo do filme está no lado negativo. Nas forças contrárias. Nas forças antagônicas. Coringa é, além de praticamente invencível, um louco que tinha outros lunáticos que o seguiam e estavam dispostos a morrer pela sua causa. Além de tudo, ele ainda parecia bem mais esperto e interessante que o próprio Batman. Ou seja, a audiência se identificava tanto com o mocinho, como também com o vilão. A história chega ao extremo de fazer algumas pessoas pensarem: “se eu fosse um vilão sem limites, eu seria o Coringa”! Só no fim o filme a trama teve sua solução. Ou seja: a história segurou a atenção da audiência até o fim.

APLIQUE ESSES CONCEITOS NUMA APRESENTAÇÃO

  1. Antes de escrever a história, faça um mapeamento de todas as forças que possam impedir a sua audiência de conquistar aquilo que ela quer: escassez de dinheiro, concorrência, falta de capacidade interna, cultura, modelo mental dos donos da empresa, etc. Quando você começar a refletir, verá que elas existem de sobra. Feito o mapa, pense em como sua ideia, produto ou serviço pode combater essas forças antagônicas.
  2.  Seja realista e traga não só o lado positivo. Demonstre que você, sua ideia, seu produto ou seu serviço também têm suas fraquezas. Mostre o lado humano do seu projeto. Mostre que tem consciência dos obstáculos que você mesmo enfrenta ou enfrentou para superá-los. Não procure ser perfeito, pois isso não é real.
  3.  Torne a narrativa interessante e dinâmica. Aumente cada vez mais a intensidade do problema, complicando a história de maneira progressiva e chegando numa solução do meio para o fim, quando o clímax acontece.
  4. Quanto mais a sua audiência se identificar com a realidade que você apresenta, maior será o engajamento. Mais vale uma história crível do que uma história com final feliz.
  5. Por fim, o mais importante: escreva a verdade e conte a verdade, o pior que pode acontecer em sua apresentação é a audiência suspeitar de que você pode estar escondendo algo.

Claro que em apresentações corporativas a história não substitui fatos, dados, informações, pontos de vista relevantes. Você não ficará diante da plateia contando uma história. Na verdade, ela funciona com um pano de fundo, que aumenta potencialmente a probabilidade de as informações serem retidas pelo auditório.

Instrutor Carlos Alberto Motta

Consultor associado da LCM Treinamento Empresarial Ltda

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