O que vamos observar neste ponto é como a estratégia é vista sob diferentes pontos de vista  por diversos pensadores. São visões concordantes, indiferentes e, por vezes, discordantes da maneira como Porter, em toda a sua obra propõe ser a Estratégia e especialmente ao que tange a Vantagem Competitiva sustentável. Neste artigo, o nosso objeto de estudo.

Em Whittington (2001) Estratégia está dividida em quatro abordagens, onde “a abordagem Clássica, associada à autoridade como Igor Ansoff (1965, 1991) e Michel Porter (1985, 1996), dá a resposta dos livros”. Para ela, estratégia é o processo racional de cálculos e análises deliberadas com o objetivo de maximizar vantagens em longo prazo. (…) dominar ambientes internos e externos exige um bom planejamento.

“A estratégia é importante nessa análise racional, e as decisões objetivas fazem a diferença entre o sucesso prolongado e o fracasso.” Nesta seqüência de abordagens temos a visão dos Evolucionistas que vêem a dinâmica do mercado como um processo darwiniano de seleção natural das espécies mais adaptadas. “… como Hannan e Freeman (1988) ou Oliver Williamson (1991) afirmam que a estratégia no sentido clássico de planejamento racional orientado para o futuro é frequentemente irrelevante. O ambiente é tipicamente muito implacável e imprevisível para que se façam previsões eficazes. (…) as empresas são como as espécies da evolução biológica: os processos competitivos cruelmente selecionam a mais apta a sobreviver; (…) Portanto, do ponto de vista evolucionário, é o mercado, e não os gerentes, que faz as escolhas mais importantes”.

A terceira abordagem é a processualista que também considera o planejamento de longo prazo fútil e imperfeito, porém com visões menos pessimistas quanto ao grau de adaptabilidade das empresas ao ambiente onde estão inseridas, ser de tamanha importância para suas sobrevivências. “De acordo com Cyert e March (1963), as pessoas são muito diferentes em seus interesses, limitadas em sua compreensão, dispersas em sua atenção e descuidadas em suas ações para se unirem e levarem a termo um planejamento perfeitamente calculado. (…) Na prática, a estratégia emerge mais de um processo pragmático de aprendizado e comprometimento, do que uma série racional de grandes saltos para a frente (Mintzberg, 1994).” A quarta e última abordagem de Whittington (2001), no ponto de vista da abordagem sistêmica, verificamos o maior otimismo quanto às questões dos processualistas, de que as pessoas sejam incapazes de conceber e implementar planejamentos racionais, como também em relação aos evolucionistas no que tange a capacidade preditiva para definir ações ante as forças de mercado. “Por fim, os teóricos sistêmicos assumem posição relativista, argumentando que formas e metas do desenvolvimento de estratégias dependem particularmente do contexto social, e que, portanto, a estratégia deve ser empreendida com sensibilidade sociológica.”

Para Mintzberg (2000) estratégia é algo extremamente complexo para definir. Sua busca por estruturá-la de maneira clara e sucinta nesta obra foi um grande desafio. Ele considera que são inúmeros os campos do conhecimento que, de alguma forma, contribuem para o entendimento do que seja estratégia. “No limite, a formulação de estratégias não trata apenas de valores e da visão, de competências e de capacidades, mas também de militares e de religiosos, de crise e de empenho, de aprendizado organizacional e de equilíbrio interrompido, de organização industrial e de revolução social.” Em sua pesquisa sobre o tema, procurou cobrir a literatura e a prática – “para expor seus diferentes ângulos, orientações e tendências.” Suas definições, formas e abordagens são tão variadas quantos forem os pensadores estrategistas ao apresentá-la. “Peça a alguém uma definição de estratégia e provavelmente lhe dirão que estratégia é um plano, ou algo equivalente – uma direção, um guia ou curso de ação para o futuro, um caminho para ir daqui até ali.” Baseado nesta orientação o autor propõe a definição de dez escolas de pensamento sobre a formulação de estratégias. (…) “na revisão de grande volume de literatura emergem dez pontos de vista distintos, a maioria dos quais reflete na prática gerencial. Três delas prescritivas, preocupadas de como as estratégias são formuladas, seis mais preocupadas com a descrição de como as estratégias são de fato, formuladas e a última que descreve o processo como sendo para a transformação, incorporando grande parte da literatura e da prática prescritiva sobre ‘mudanças estratégicas’.”

Ainda segundo Mintzberg (2000) “Estratégia é um padrão, isto é, consistência em comportamento ao longo do tempo; como uma posição – para Michael Porter (1996,68), estratégia é a criação de uma posição única e valiosa, envolvendo um conjunto diferente de atividades, nesta visão a estratégia olha para baixo, para o ‘x’ que marca o ponto em que o produto encontra o cliente – bem como para fora – para o mercado; vista como uma perspectiva a estratégia olha para dentro – dentro da organização, dentro da cabeça dos estrategistas – mas também para cima – para a grande visão da empresa; por último, temos a estratégia como um truque, isto é, uma ‘manobra’ específica para enganar um oponente ou concorrente.”

Ainda segundo o autor as estratégias podem ser pretendidas e/ou realizadas. Àquelas pretendidas e realizadas podemos denominar de deliberadas enquanto, as demais realizadas e que não eram expressamente pretendidas chamamos de estratégias emergentes e por últimas àquelas que foram pretendidas e não chegaram ao seu termo, denominadas de irrealizadas.

Lorenzoni, G.; Baden Fuller (1995) Nos propõe que o sucesso competitivo requer a união de múltiplas capacidades (inovação, produtividade, qualidade, resposta a clientes). Os centros estratégicos combinam capacidade especializada e integração em larga escala, apesar da rivalidade destrutiva entre compradores e vendedores. Tal arranjo permite aos parceiros uma visão holística da rede, enxergando-a como uma unidade que pode atingir Vantagem Competitiva.

Dessa forma, a rede age como uma complexa firma integrada abarcando diversos mercados.

“… um modo de organização que pode ser usado por gerentes ou empreendedores para posicionar suas firmas numa estância competitiva mais alta. Por esse motivo, o termo estratégico foi adicionado às redes.”

 Instrutor Antônio Pinheiro

Consultor associado da LCM Treinamento Empresarial Ltda

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