Vencedor de quatro dos 12 OSCARs para os quais foi indicado (Melhor Filme, Melhor Diretor – Tom Hooper, Melhor Ator – Colin Firth, Melhor Roteiro Original) (http://www.adorocinema.com/filmes/o-discurso-do-rei/)  O DISCURSO DO REI, me emocionou e me fez refletir sobre a fragilidade do ser humano e sobre os efeitos da baixa autoestima, mesmo quando se tem “PODER”!

Não podia deixar de fazer analogia com o contexto das organizações. Normalmente, quem está no poder não é percebido como alguém que também pode ter problemas, dificuldades, limitações, inseguranças, medos. Quando nos deparamos com histórias como essa, constatamos que pessoas “da realeza”, não vivem num mundo da fantasia, da perfeição. São pessoas como quaisquer outras, que têm sentimentos, problemas, enfermidades e que, para assumirem seus papéis, também precisaram, ou precisam de muita superação.

Olhar para o rei George VI gago é considerar que esta deficiência tinha como causa uma baixa autoestima, devido a situações vividas em seu ambiente, assim como olhar para as nossas organizações é constatar que elas são ambientes que, por meio de seus estilos de gestão e de suas culturas, em nada colaboram para aumentar a autoestima de seus membros. Observamos que, muitas vezes, neste tipo de organização, seus colaboradores têm a voz embargada pelo medo de expressar o que pensam o que sentem e o que esperam em nome de uma suposta segurança de seus empregos, da aprovação social pelas suas chefias, da aceitação pelos pares, e assim vai…

Quantos “gagos” (que conseguiriam falar se tivessem coragem ou ambiente mais propício) se calam dentro de nossas organizações? Não é por acaso, que reputo que a assertividade é, hoje, uma das competências críticas para um profissional ser bem-sucedido, pois será difícil ter discurso, se não se assume a posição de “REI”. Para mim, PODER é ter capacidade para…; o poder emana de dentro; percebo-me capaz de…; e então… POSSO!

Se analisarmos o papel do ‘terapeuta de fala’, Lionel Logue (Geoffrey Rush), que se utiliza de método pouco convencional, que se coloca de igual para igual com George VI, observamos que: ora atua, utilizando muita direção e firmeza, através de uma comunicação assertiva, clara, objetiva, transparente na condução de exercícios; ora atua com apoio emocional, demonstrando sua empatia, acolhimento, confiança, o que acabou transformando todo o processo de terapia, num profundo sentimento de amizade.

O verdadeiro “empoderamento”, no caso do rei, era o de usar a sua VOZ, para expressar-se e colocar-se no mundo! Este poder que vem de dentro, não é atribuído pelo status, pela hereditariedade, pela política, pelo dinheiro, pela autoridade…

Para reflexão:

  • Como os gestores se sentem quando, em sua equipe, alguém que se sente ‘empoderado’ pela maior experiência ou conhecimento, e se expressa, usando a sua VOZ, para discordar?
  • Como se sentem os gestores, quando alguém propõe métodos nada convencionais, ideias inovadoras, fora dos padrões?
  • Como nós, da Gestão de Pessoas, temos lidado com a “gagueira” organizacional? Que tipo de discurso temos ajudado a ser proferido? Temos sido terapeutas ortodoxos, que nada conseguiram, ou terapeutas menos convencionais, mas que damos VOZ ao REI?
  • E afinal, quem é o verdadeiro REI: o Gestor, o Colaborador, a Sociedade, o Cidadão?

Instrutora Denize Dutra

Consultora associada da LCM Treinamento Empresarial Ltda

NEWSLETTER

Receba as novidades da LCM Treinamentos