Uma reclamação constante dos gestores é a falta de compromisso dos funcionários com o desempenho da área. Mas de onde vem essa alienação? É bom lembrar que é o gerente quem forma a equipe, e faz isso de acordo com a bagagem que possui. Se valoriza demais a técnica e a tarefa, é com essa mentalidade que moldará os subordinados. Muitas vezes essa é a única maneira de trabalhar que esse gerente conhece.

Grande parte dos gestores acredita que formar pessoas não é sua atribuição. Esperam que a área de recursos humanos faça isso. Eles não estão preparados e confundem formar com adestrar. Treinar para executar tarefas não pode ser considerado uma formação, mas sim adestramento. Formar profissionais não é adestrar.

Vamos considerar o caso de uma equipe formada para executar tarefas conduzidas por um gerente técnico. Ao empregar o dia trabalhando sob a pressão da tarefa, a equipe assume isso como foco. Os desafios que surgem são “desafios de braço”, ou seja, exigências de mais volume de produção e maior rapidez na execução. Mas o que realmente vai aumentar o resultado de uma área ou melhorar, substancialmente, seu desempenho não são tarefas cumpridas com rapidez. O que faz essa diferença são os “desafios de cabeça”, isto é, criar alternativas de solução, aguçar o raciocínio e conhecer novos modelos.

De início, quando o gerente começa a exigir competência da equipe além do mínimo aceitável para a execução das tarefas, vai sentir uma enorme resistência, pois o processo de formação é doloroso. As pessoas sentem-se incomodadas de crescer, porque isso exige delas um esforço extra. Na verdade, esperam “ser crescidas” dentro do conforto que a rotina permite.

Durante muitos anos, as empresas dedicaram-se a criar funcionários tarefeiros e seguros, realizando atividades repetitivas e monótonas, de ciclo curto, com bons salários, boas refeições, clube, abono, transporte e direito a promoções dentro da mesma tarefa. Eles ficavam satisfeitos com o status que o nome da empresa oferecia, tranquilos com a segurança e o conforto, e não precisavam preocupar-se com seu desenvolvimento. Era preciso apenas manter o volume de produção e ser leal ao chefe e à organização.

Quando as pessoas vão admitir a necessidade de crescer? Elas só darão valor ao seu crescimento quando sentirem o risco de não se desenvolver e de estagnar. Quem ocupa a mesma posição há muito tempo com boa remuneração se sente seguro em relação ao que sabe, ao que faz, ao chefe, aos companheiros de equipe… Essa sensação de segurança anestesia os sentidos, enquanto a situação de percepção de riscos nos move na direção de novos rumos.

Instrutora Celisa Gonçalves

Consultora associada da LCM Treinamento Empresarial Ltda

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