A consultoria interna de RH é um processo que exige que cada profissional, dentro de uma estrutura organizacional, atue de forma multidisciplinar, funcionando como elo de ligação entre o cliente interno e a direção de RH.  Dentro desse processo, o consultor é um facilitador que efetua diagnósticos, propõe soluções, oferece sugestões e críticas. Em geral, o cargo é de nível técnico. São poucas as empresas que já utilizam a denominação “consultor interno”.
O objetivo principal é dar um atendimento diferenciado aos recursos humanos da organização utilizando de forma mais adequada as informações recebidas.  Prover a organização de informações, atender às reais necessidades dos clientes internos.  Detectar interesses e empregar as informações recebidas visando o desenvolvimento de estratégias globais, propondo o desenvolvimento e aprimoramento dos produtos oferecidos aos clientes e ao RH corporativo e antecipar tendências de RH.  Desenvolver uma atuação alinhada com suas estratégias e as da organização.   Com uma atuação descentraliza, a área de RH acaba antecipando as necessidades do cliente interno, pois tem a oportunidade de vivenciar o dia a dia do cliente.
Em geral, o consultor interno auxilia na solução de problemas, elabora diagnósticos, aponta sugestões, faz recomendações, fornece opiniões e críticas, sempre orientando para a solução. Assessora os Gerentes no levantamento de necessidades de treinamento. Colabora na identificação de novos talentos e oferece suporte na elaboração e execução de programas.

OPORTUNIDADES QUE A CONSULTORIA DE RH OFERECE

  • Agilidade de respostas: monitoração imediata dos focos de insatisfação.
  • Proximidade com os clientes internos permitindo constante avaliação do clima e por conseguinte propiciando ação de ajuste.
  • Sinergia entre consultor e cliente permite uma escuta mais profunda dos problemas, maior interação e geração de uma relação de confiança.
  • Constantes melhorias nos processos, descentralização e desburocratização.
  • Avaliação e controle do trabalho efetuado.
  •  Multifuncionalidade do consultor interno.
  • Menor custo fixo.
  • Competição positiva entre consultores internos.
  • Rodízio entre os consultores internos.

TIPOS DE CONSULTORIA

Consultoria Externa: Desenvolvida por profissional autônomo, qualificado, que atua em um determinado projeto de forma independente, não vinculado à empresa. Apresenta uma vantagem em relação ao consultor interno, pois possui maior imparcialidade com a empresa pelo fato de não estar envolvido no dia a dia do cliente.  Justamente por não estar envolvido, tem maiores chances e oportunidades de emitir opiniões, propor mudanças e correr riscos.
Consultoria Interna: Processo realizado por funcionário da empresa, ocupa um cargo de nível técnico ou gerencial.  Possui perfil generalista na sua área de atuação (Recursos Humanos, Marketing, Finanças) e atua como link entre o cliente interno e a gerência da sua área.  Atua como facilitador, elaborando diagnósticos, buscando soluções para os problemas, sugerindo, opinando e criticando.

PERFIL DO CONSULTOR INTERNO

O consultor é um profissional que está em posição de exercer alguma influência sobre um indivíduo, grupo ou organização, mas que não tem poder direto para produzir mudanças ou programas de implementação.  No momento em que o consultor assume o controle direto, está agindo como gerente.
Algumas vezes, o cliente é um único indivíduo e em outras, o cliente pode ser o grupo de trabalho, departamento ou a organização como um todo.  O cliente é a pessoa ou as pessoas que o consultor quer influenciar, sem exercer controle direto. O ponto chave para se compreender o papel de um consultor é entender a diferença entre ele e o gerente. A distinção é importante.  Um consultor precisa funcionar de uma forma diferente do gerente em seu próprio interesse e no interesse das metas de aprendizagem do cliente. É essencial estar consciente da diferença de papéis que estamos assumindo quando temos controle e quando não o temos.
O objetivo do consultor é engajar-se em atividades bem sucedidas que levem as pessoas ou organizações a gerenciar a si mesmas de forma diferente. Quando se aconselha alguém que está em posição de fazer escolhas, é consolidado a ação de consultoria. Em cada um desses momentos de consulta, há três tipos de habilidades necessárias para realizar um bom trabalho: habilidades técnicas, interpessoais e de consultoria.

COMPETÊNCIAS E AÇÕES DO CONSULTOR INTERNO

  • Pensamento sistêmico.
  • Equilíbrio emocional.
  • Segurança pessoal.
  • Capacidade de abstração.
  • Tolerância à ambiguidade.
  • Coerência: discurso e prática.
  • Postura de aprendizagem.
  • Autoconhecimento.
  • Senso de oportunidade.
  • Adotar postura responsável e de disciplina para garantir ao cliente um diferencial de conhecimento e capacidade.
  • Manter alto padrão de qualidade nos serviços.
  • Padrão de conduta adequado com clientes, colegas e parceiros.
  • Ter orgulho profissional, gostar do que faz, sentir-se produtivo e solidário com o cliente nas suas dificuldades.
  • Ser um facilitador da transição interna.
  • Comprometimento com os processos do cliente colaborando no alcance de resultados.
  • Agente de mudanças; assumir responsabilidade e assessorar seu cliente interno no processo de mudança.
  • Racionalidade e isenção: deve mostrar neutralidade.
  • Ter facilidade de diálogo e relacionamento.
  • Estabelecer relação de confiança: relacionamentos sólidos e calcados em confiança e respeito.
  • Ênfase nas pessoas: o grande foco de atuação é o ser humano. É essencial assegurar a participação intensa das pessoas no processo, acreditando no valor de suas contribuições e abrindo espaço para o seu desenvolvimento profissional e pessoal.
  • O consultor é um profissional que antecipa mudanças, oferece e aceita novas ideias.
  • Fazer análise do discurso do cliente.
  • Saber lidar com resistências.
  • Definir as áreas chave que precisam de assessoramento para o atingimento de suas metas e alcance dos objetivos estratégicos e consequentemente buscam o desenvolvimento organizacional.
  • Comunicar a todos os envolvidos no processo, a direção a ser seguida e conseguir que todos os líderes em todos os níveis aceitem-na e assumam um compromisso com ela e sejam corresponsáveis pelo processo.

Fisicamente, o consultor deve permanecer pelo menos 80% do seu tempo na área cliente e envolvido com os assuntos do cliente, somente dessa maneira ele poderá oferecer serviços realmente diferenciados. Os 20% restante deve ser para troca de informações com sua área matriz, esse é o cuidado para que o consultor interno não se desligue da área de RH.
O fato do profissional de RH ter vivência nos subsistemas de RH facilita a sua atuação, mas não é o fundamental. O mais importante é estar preparado para ir além das situações óbvias, é ter uma boa percepção e ter maturidade suficiente para manter isenção nas situações de impasse, é estar atento ao processo.
O primeiro passo para implantar esse processo é convencer a direção da empresa sobre a importância estratégica de se adotar esse serviço, junto ao cliente interno. Em seguida, é preciso descentralizar as atividades básicas do profissional de RH para o cliente interno, ficando claro que ele é o gestor de pessoas. Depois dessa etapa, é necessário convencer esses clientes sobre a mudança. A consultoria de RH deve ser iniciada com a implantação de um projeto-piloto, para validar o processo. É importante também que sejam realizadas reuniões para que sejam definidas metas e os procedimentos que serão acompanhados. Além disso, é preciso desenvolver o profissional que irá assumir a função, dando a ele um perfil mais generalista.
O prazo para o modelo de consultoria interna de RH começar a apresentar resultados é de, no mínimo, dois anos. Para se avaliar os resultados de uma consultoria interna o meio mais eficaz ainda é a avaliação formal do cliente que utilizou o serviço da consultoria e os indicadores da própria gestão de Recursos Humanos da empresa.
 

Instrutora Vera Bártolo

Consultora associada da LCM Treinamento Empresarial

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