Seguindo a classificação de NONAKA & TAKEUCHI[1], o conhecimento pode ser classificado em: Tácito e Explícito. O conhecimento tácito ou implícito é aquele que está na “mente das pessoas”, as experiências e insights. O conhecimento explícito é encontrado em relatórios, livros, banco de dados e palestras. É o conhecimento que outrora foi tácito, ao ser explicitado é compartilhado com todas as pessoas da organização. Os autores argumentam que o conhecimento é criado por meio da interação entre o conhecimento tácito e explícito; assim, criaram a teoria da conversão do conhecimento (ou Espiral do Conhecimento), conforme demonstra a figura abaixo:

Espiral do Conhecimento

  • Socialização: conversão do conhecimento tácito em tácito: Na socialização, o indivíduo adquire conhecimento a partir da experiência de outros, sem utilizar a linguagem. Por exemplo, os aprendizes trabalham com seus mestres e aprendem sua arte, por meio de observação e não fazendo uso da linguagem.
  • Externalização: conversão do conhecimento tácito em explícito: A externalização cria o conhecimento à medida que o conhecimento tácito se torna explícito, sendo expresso na forma de metáforas, analogias, conceitos, hipóteses ou modelos. Neste caso, utiliza-se a linguagem para contextualizar o conhecimento tácito.
  • Combinação: conversão do conhecimento explícito em explícito: Na combinação, os indivíduos trocam e combinam conhecimentos utilizando meios como documentos, reuniões, conversas aos telefones ou redes de comunicação computadorizadas.
  • Internalização: conversão do conhecimento explícito em tácito: A internalização incorpora o conhecimento explícito no conhecimento tácito; “é o aprender fazendo”. O indivíduo utiliza o conhecimento encontrado em documentos, manuais ou histórias orais, e estes o ajudam a aumentar seu conhecimento tácito. É importante conceituar as diferenças entre o conhecimento tácito e explícito, uma vez que o princípio básico da é compartilhar o conhecimento tácito das pessoas e transformá-lo em conhecimento explícito por meio de banco de dados, portais do conhecimento, fóruns de discussão, entre outros.

Em resumo, para que se possa criar conhecimento em qualquer instituição, ele precisa ser convertido continuamente de conhecimento tácito em conhecimento explícito e de conhecimento explícito em conhecimento tácito, através de quatro modos de conversão: socialização, externalização, internalização e combinação. Em cada modo de conversão é criado um novo tipo de conhecimento: na socialização é criado o conhecimento compartilhado; na externalização é criado o conhecimento conceitual; na internalização é criado o conhecimento operacional; e a combinação dá origem ao conhecimento sistêmico. Os modos de conversão devem interagir entre si através de um ciclo, o qual é representado, como concebido pelos autores, uma espiral de criação do conhecimento.

Entretanto, como o volume, a diversidade e a disponibilidade da informação e do conhecimento se tornaram “astronômicos”, o tratamento destes elementos, por parte das pessoas, necessita de uma providencial participação das ferramentas tecnológicas, as quais podem facilitar a visualização, busca, disseminação e armazenamento, tanto da informação como do conhecimento, bem como na medição dos resultados obtidos com a gestão do conhecimento.

 

Instrutor José Nazareno Morais

Consultor associado da LCM Treinamento Empresarial Ltda

[1]   NONAKA, Ikujiro, TAKEUCHI, Hirotaka. Criação de Conhecimento na Empresa, Tradução de Ana Beatriz Rodrigues e Priscila Martins Celeste. 16. ed. Rio de Janeiro, Campus, 1997.

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