Cecília Bergamini Whitaker (1997), em seu livro Motivação nas Organizações, esclarece que a motivação de um indivíduo é fruto da combinação de quatro parâmetros: a realidade motivacional da pessoa, que é moldada pela história de sua vida particular; a cultura que cerca o indivíduo, ou seja, o sistema de padrões de comportamento adquiridos, próprios dos membros de uma sociedade; o ambiente natural em que o indivíduo vive; e sua personalidade, que dentre outras coisas é derivada das funções psíquicas que energizam o seu comportamento. Dentro deste último item os indivíduos podem ser classificados de forma mais abrangente em quatro tipos de comportamento:

1. Aqueles que possuem uma Orientação Participativa. Suas características são as seguintes:

  • Quanto aos traços comportamentais: Têm a convicção pessoal de que o mais importante na vida é “promover o valor que os outros têm“; são descritos como prestativos, sendo sempre possível contar com a sua ajuda; possuem grande sensibilidade com relação aos problemas dos demais;
  • Quanto às suas situações de satisfação: Estes indivíduos encontram-se satisfeitos quando podem seguir uma orientação grupal; quando consultam pessoas e são consultados por elas; quando usam os seus talentos pessoais para o desenvolvimento da organização; quando promovem o desenvolvimento dos talentos daqueles com os quais trabalha;
  • Quanto às suas situações de insatisfação: Este tipo de pessoa se encontrará insatisfeita quando receber tratamento impessoal; quando for forçada a desenvolver atividades sem significado; quando sentir que as suas intenções não são reconhecidas; quando tiver que conviver em meio a um clima de falsidade em que as pessoas não são levadas a sério.

2. Aqueles que têm Orientação para Ação. Neste caso, a atuação dos indivíduos tem os seguintes aspectos:

  • Quanto aos traços comportamentais: Trazem implícito o desejo de fazer com que as coisas aconteçam; sentem grande atração por situações em que são desafiados a demonstrar sua competência pessoal; o importante não é aquilo que o mundo lhes apresenta como dado de realidade, mas aquilo que configuram como realidade para si mesmas;
  • Quanto às suas situações de satisfação: Estão satisfeitos quando se sentem desafiados a comprovar a sua eficiência; quando podem dirigir-se com autonomia; quando desenvolvem atividades variadas; quando são tratados de igual para igual, sem medo;
  • Quanto às suas situações de insatisfação: Não estão realizados quando se sentem cerceados na sua ação e presos a rotinas desinteressantes; quando faltam objetivos claramente fixados; quando há falta de responsabilidade dos demais; quando sentem que é impossível controlar as variáveis que afetam os resultados.

3. Aqueles que sustentam uma Orientação para a Manutenção. Podem ser identificados pela seguinte natureza:

  • Quanto aos traços comportamentais: Há clara preocupação com a segurança, fazendo com que construam cuidadosamente sua vida de maneira a se apoiarem em vitórias passadas; isto leva as pessoas a se moverem mais lentamente para que possam garantir a boa qualidade daquilo que estiverem fazendo; possuem raciocínio privilegiado;
  • Quanto às suas situações de satisfação: Quando têm oportunidade de usar lógica e organização; quando contam com tempo suficiente para garantir a boa qualidade daquilo que está sendo feito; quando dispõem de fontes confiáveis de consulta; quando sentem que há coerência e justiça no trato com pessoas;
  • Quanto às suas situações de insatisfação: Quando trabalham com informações confusas e incompletas; quando estão sujeitos a um clima de constantes mudanças; quando convivem com pessoas dadas a explosões emocionais; quando tratam os assuntos de forma incompleta e superficial.

4. Aqueles que se valem de uma Orientação para a Conciliação. Estes indivíduos caracterizam-se pelo seguinte:

  • Quanto aos traços comportamentais: Mostram como principal preocupação estar em sintonia com os demais; socorrem-se maciçamente da negociação e procuram entender o ponto de vista dos outros; são, acima de tudo, flexíveis e estão dispostos a rever os seus próprios pontos de vista com diplomacia e tato social;
  • Quanto às suas situações de satisfação: Quando desfrutam de uma convivência social harmônica; quando contam com um ambiente flexível onde seja possível fazer concessões; quando são reconhecidos como importantes dentro do grupo; quando conhecem a repercussão social das suas ações;
  • Quanto às suas situações de insatisfação: Quando é colocado em ridículo perante o grupo; quando precisam seguir normas e horários rígidos; quando se sentem socialmente colocados de lado; quando estão num ambiente sério demais em que as pessoas se atritam constantemente.

E você? No fundo, retiradas as máscaras dos diversos papéis que realiza nesta vida, tem seu comportamento guiado principalmente por que tipo de orientação?
 

Instrutor Walter Gassenferth

Consultor associado da LCM Treinamento Empresarial Ltda 

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